Google: Google: resultados fortes impulsionam ação após crescimento em nuvem e publicidade (Greg Baker/AFP)
Redatora
Publicado em 24 de julho de 2025 às 09h37.
As ações de grandes nomes da tecnologia operam em direções opostas nesta quinta-feira, 24, refletindo a reação do mercado aos resultados divulgados na véspera.
A Alphabet, controladora do Google, avança mais de 3% no pré-mercado, embalada por números acima das expectativas e pelo otimismo com os investimentos em inteligência artificial.
A Tesla, por outro lado, recua cerca de 6%, pressionada pela queda nas vendas de veículos pelo segundo trimestre seguido e pela falta de perspectivas claras para o restante do ano.
As ações da IBM também caem mais de 5% no pré-mercado, após a companhia divulgar resultados mistos na véspera. O lucro veio acima das expectativas, mas a receita da divisão de software ficou abaixo do esperado, frustrando investidores. O segmento é visto como pilar da transformação da IBM.
No segundo trimestre, a controladora do Google registrou receita de US$ 96,4 bilhões, alta de 14% na comparação anual, com lucro por ação de US$ 2,31 — ambos acima das estimativas de Wall Street, segundo a consultoria FactSet.
O destaque foi a divisão de nuvem, que cresceu 32% no período, alcançando US$ 13,6 bilhões. A receita com publicidade, que ainda responde por cerca de 75% do faturamento, também veio acima do previsto, com alta de 10,4%.
As receitas de anúncios no YouTube subiram 13%. “Uma geração que cresceu com YouTube no celular agora assiste a seus criadores preferidos na TV”, disse o CEO Sundar Pichai, destacando a expansão do público e das receitas com assinaturas.
Além da força na publicidade, Pichai reforçou a aposta da companhia em inteligência artificial. Ele afirmou que os investimentos em infraestrutura de IA são “cruciais para atender ao crescimento da demanda dos clientes”.
A Alphabet elevou em US$ 10 bilhões a projeção de capex para 2025, para US$ 85 bilhões, e sinalizou novos aumentos no próximo ano.
Apesar do bom desempenho, analistas alertam que os investimentos bilionários podem manter parte do mercado cauteloso. Ainda assim, pelo menos 17 casas elevaram seus preços-alvo para as ações após o balanço, de acordo com levantamento da Reuters.
Na contramão, a Tesla reportou um dos trimestres mais difíceis em mais de uma década.
A receita com vendas automotivas caiu 16% em relação ao segundo trimestre do ano passado, totalizando US$ 16,7 bilhões. Foi o segundo trimestre seguido de queda.
Em teleconferência com investidores, Elon Musk alertou que a montadora pode enfrentar “alguns trimestres difíceis” pela frente, devido ao fim dos incentivos federais para veículos elétricos nos EUA. “Não estou dizendo que isso vai acontecer, mas pode”, afirmou.
Além da queda nas vendas, investidores também demonstraram frustração com a ausência de uma previsão oficial de entregas para o restante do ano.
A companhia confirmou apenas que iniciou a produção limitada de um modelo mais barato em junho, mas que o ritmo será “mais lento que o inicialmente previsto”.
O papel acumula queda de quase 18% no ano e é o pior desempenho entre as chamadas “Sete Magníficas”.
A turbulência tem sido alimentada ainda pelas controvérsias políticas envolvendo Musk — que rompeu com Donald Trump e fundou seu próprio partido — e pelas dúvidas sobre a capacidade da empresa de cumprir promessas em robotáxis e inteligência artificial.
Segundo o Morgan Stanley, o valuation da Tesla depende diretamente do sucesso da empresa nesses novos mercados, que ainda não geram margens relevantes.
As ações da IBM recuam mais de 5% no pré-mercado desta quinta-feira, 24, após a companhia divulgar um balanço misto na noite anterior.
O lucro ajustado veio acima do esperado, mas a receita da divisão de software, considerada estratégica na transformação da empresa, ficou abaixo das projeções, o que frustrou investidores.
O segmento registrou US$ 7,39 bilhões em receita no segundo trimestre, ante uma expectativa de US$ 7,43 bilhões, segundo a Bloomberg. A margem bruta também ficou ligeiramente abaixo do consenso.
O resultado ofuscou o desempenho positivo nas áreas de infraestrutura e consultoria, e reforçou dúvidas sobre a sustentabilidade do crescimento do negócio no segundo semestre