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Após a quarta do pânico, investidores miram balanços e bancos centrais

A maior aposta do dia é que bancos centrais nos Estados Unidos e na Europa responderão com firmeza contra o temor de recessão global

Bolsa de Nova York: resultados do varejo e da produção industrial dos EUA podem reforçar, ou dissipar, temores (Brendan McDermid/Reuters)

Bolsa de Nova York: resultados do varejo e da produção industrial dos EUA podem reforçar, ou dissipar, temores (Brendan McDermid/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2019 às 07h03.

Última atualização em 15 de agosto de 2019 às 07h42.

Após as fortes quedas de ontem nas bolsas pelo mundo, a quinta-feira será dia de recuperação? A alta volatilidade dos últimos dias, com indícios sobre uma possível recessão global a caminho, continuará dando o tom — dessa vez, com alguns sinais de otimismo para o pregão.

A maior aposta do dia é que bancos centrais nos Estados Unidos e na Europa responderão com firmeza contra o temor de recessão que levou a uma corrida por títulos do tesouro americano — pela primeira vez os retorno de títulos de longuíssimo prazo, 30 anos, caiu para baixo de 2%, um sinal de que os investidores estão à caça de segurança.

Ontem, os retornos dos títulos de dez anos caíram para baixo dos retornos de dois anos, numa inversão vista anteriormente apenas nas franjas da crise de 2008.

A expectativa de investidores, informa a agência Reuters, é de uma queda de meio ponto percentual dos juros americanos na próxima reunião do Fed, em setembro. Ontem, o presidente americano, Donald Trump, disse que é a inação do banco central do país, e não sua guerra comercial com a China que está levando à redução no crescimento do país.

Na manhã desta quinta-feira os Estados Unidos divulgarão dados de vendas no varejo e de produção industrial, que podem reforçar a pressão por uma nova redução na taxa de juros do país. Em julho, o Fed cortou em 0,25 ponto a taxa básica da economia americana pela primeira vez em 11 anos.

Nesta quinta-feira, as ações europeias abriram em alta, enquanto as asiáticas fecharam em queda, ainda impactadas pela sangria desatada das bolsas ocidentais de ontem.

Em Wall Street, o Dow Jones caiu 3,05%, indo a 25.479,42 pontos. Essa foi a maior queda no ano. O S&P 500 caiu 2,93%, a 2.840,60 pontos. O Ibovespa caiu 2,94%, para 100.258 pontos, com todas as 66 ações em baixa.

Para além dos dados econômicos, a notícia de que a China está realizando exercícios militares em Shenzhen, na fronteira com Hong Kong, deve adicionar uma nova pitada de tensão à crise política na região.

Em meio às incertezas globais, a onda de resultados trimestrais de empresas, tanto no Brasil quanto nos EUA, ficou em segundo plano.

Nesta quinta-feira, empresas relevantes como as varejistas Walmart e Alibaba e a processadora de carnes JBS divulgam seus números, e devem dar pistas de como vão as grandes empresas em meio ao nevoeiro. Balanços firmes podem ajudar a dispersar o pânico e trazer os investidores de volta à concretude dos dados.

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