Bolsa: Ibovespa subiu 1,76% (Nacho Doce/Reuters)
Reuters
Publicado em 26 de março de 2019 às 17h07.
Última atualização em 26 de março de 2019 às 17h38.
O Ibovespa fechou em alta e acima dos 95 mil pontos nesta terça-feira, após uma sequência de cinco pregões no vermelho, com as ações da Petrobras entre os principais destaques positivos na esteira de expectativas ligadas ao desfecho da renegociação do contrato da chamada cessão onerosa.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,76 por cento, a 95.306,82 pontos. O movimento ocorreu após cinco sessões negativas, período em que acumulou declínio de 6,3 por cento, depois de ter superado os 100 mil pontos no começo da semana passada pela primeira vez durante um pregão.
O volume financeiro do pregão somou 15,2 bilhões de reais, quase em linha com a média diária de 16,18 bilhões de reais em março.
Para o estrategista Odair Abate, da Panamby Capital, o dia "menos nervoso" no front político abriu espaço para uma recuperação na bolsa paulista, em movimento apoiado ainda pelo cenário externo de neutro para positivo. "O dia para o Ibovespa nesses dois sentidos foi bom", afirmou.
A decisão do ministro da Economia, Paulo Guedes, de não ir à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta tarde, conforme previsto, chegou a enfraquecer o pregão momentaneamente, mas o Ibovespa recuperou o fôlego e renovou máximas da sessão, em meio a uma avaliação mais pragmática sobre o cancelamento.
"Essa questão não chega a ser traumática, e o convite pode ser remarcado... Guedes é apaziguador, fala bem e deve comunicar bem os objetivos da reforma", acrescentou Abate.
Em Brasília, o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que o ministro da Economia não se nega a ir à CCJ e que na próxima semana haverá a oportunidade de ouvi-lo. Líderes dos partidos fecharam acordo para que Guedes, vá, a convite, à CCJ na próxima quarta-feira.
No exterior, Wall Street experimentou uma sessão positiva, embora tenha se afastado das máximas do dia durante o pregão, com o S&P 500 encerrando com acréscimo de 0,7 por cento. Também os contratos futuros do petróleo terminaram a terça-feira em alta.
- PETROBRAS PN subiu 4,72 por cento, ajudada também por apostas de agentes no mercado que veem chance de desfecho em breve no caso da chamada cessão onerosa a fim de compensar o imbróglio envolvendo o reforma da Previdência. Na véspera, Guedes disse que União e Petrobras concluíram a renegociação do contrato da cessão onerosa, região que contém importantes campos do pré-sal da Bacia de Santos cedidos à Petrobras em 2010, e deverão anunciá-lo nos próximos dias.
- VALE avançou 1,47 por cento, em sessão com dados de produção do último trimestre de 2018, quando a empresa produziu 101 milhões de toneladas de minério de ferro, alta de 8,2 por cento ante o mesmo período do ano anterior. Investidores aguardam o balanço da companhia na quarta-feira. Na véspera, a Justiça da Comarca de Barão de Cocais (MG) bloqueou 2,95 bilhões de reais de recursos da Vale.
- BANCO DO BRASIL e ITAÚ UNIBANCO PN valorizavam-se 2,35 e 1,04 por cento, respectivamente, endossando a melhora do Ibovespa, enquanto BRADESCO PN subiu 0,65 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT cedeu 0,11 por cento.
- NATURA saltou 9,73 por cento, recuperando-se de um tombo de 12,2 por cento nos últimos dois pregões após a fabricante de cosméticos brasileira afirmar na sexta-feira que negocia um acordo com a Avon.
- KROTON caiu 0,98 por cento, entre as poucas quedas da sessão. Em nota a clientes, o Morgan Stanley citou pesquisa própria sugerindo que os descontos estão aumentando nos mercados de ensino presencial e à distância, bem como que continua sendo um desafio preencher a utilização da capacidade. ESTÁCIO avançou 1,02 por cento.