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Aplicações incentivadas atraem investidor, diz Anbima

LCA e LCI contam com isenção de Imposto de Renda e com garantia pelo Fundo Garantidor de Crédito de até R$ 250 mil por CPF


	Carlos Massaru: "os produtos incentivados passaram a ter uma atratividade grande, por conta da questão do incentivo, pela liquidez e por conta da garantia do Fundo Garantidor"
 (Edu Monteiro/EXAME.com/Exame)

Carlos Massaru: "os produtos incentivados passaram a ter uma atratividade grande, por conta da questão do incentivo, pela liquidez e por conta da garantia do Fundo Garantidor" (Edu Monteiro/EXAME.com/Exame)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 14h21.

São Paulo - Parte da explicação para os fundos de renda fixa serem a modalidade com maior resgate líquido entre todas as categorias está na migração do investidor para instrumentos incentivados, afirmou nesta terça-feira, 07, o vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Carlos Massaru.

É o caso de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), por exemplo.

"Os produtos incentivados passaram a ter uma atratividade grande, por conta da questão do incentivo, pela liquidez e por conta da garantia do Fundo Garantidor", disse o vice-presidente da entidade.

LCA e LCI contam com isenção de Imposto de Renda para a pessoa física e com garantia pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de até R$ 250 mil por CPF.

A modalidade renda fixa foi a que apresentou o maior resgate líquido em setembro, com saída de R$ 3,4 bilhões.

O mesmo movimento é anotado no ano, com os fundos de renda fixa registrando resgate líquido de R$ 23,6 bilhões de janeiro a setembro. Por outro lado, a rentabilidade está positiva, chegando a 8,39% no acumulado deste ano.

Por outro lado, esse não é o único efeito que tem afugentado o investidor dessa categoria. Segundo o vice-presidente da Anbima, o efeito da marcação ao marcado nos fundos de renda fixa, que trouxe para baixo a rentabilidade desses fundos em 2013, também pesou para a decisão dos investidores.

"Nesse momento se percebe que não é tão óbvio para o investidor a marcação a mercado. Esse mecanismo foi criado para proteger o investidor, mas trouxe uma aversão ao risco muito grande", disse Massaru.

No ano passado, com a alta dos juros, os fundos de renda fixa realizaram marcação a mercado, ou seja, os títulos foram descontados em relação a nova taxa de juros (mais alta) na época, refletindo, assim, uma perda contábil, sendo que no momento do resgate desse título o valor é o mesmo.

Esse mecanismo foi adotado, destaca o executivo da Anbima, para evitar que haja uma indevida transferência de riqueza entre os cotistas.

Assimetrias

O vice-presidente da Anbima disse ainda que está na pauta da entidade buscar, junto ao governo, a redução das assimetrias que vivencia hoje a indústria de fundos.

"Temos na agenda essas questões tributárias, para buscar maior competitividade da indústria de fundos", disse. Um dos temas que será abordado será o come-cotas, que é a cobrança antecipada do Imposto de Renda sobre os rendimentos.

"Continuamos tratando sobre esse tema, pode ser algo gradual", disse Massaru, destacando que a entidade está em busca de aumentar a competitividade da indústria de fundos.

Outro ponto que está na agenda é buscar para os fundos, que investem em um determinado instrumento incentivado, as mesmas condições que são dadas ao ativo quando ele é acessado diretamente pelo investidor.

Massaru destacou, ainda, que em 2015 a instrução 409, a principal que rege o setor, deverá ser atualizada pela CVM.

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