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Apesar do recuo no exterior, BC impõe limite ao dólar

Depois de cinco sessões com dois leilões diários de compra de dólar à vista, diz muito a ausência do Banco Central no mercado nesta quinta-feira

No mercado doméstico, o dólar abriu em queda de 0,37%, a R$ 1,8790 (Getty Images)

No mercado doméstico, o dólar abriu em queda de 0,37%, a R$ 1,8790 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2012 às 10h31.

São Paulo - O tom positivo nos mercados europeus nesta manhã, com dados econômicos favoráveis na zona do euro e no Reino Unido, conduzem o dólar em trajetória de declínio ante diversos de seus pares no ambiente externo. Analistas advertem, porém, que os números positivos ainda podem ser ofuscados pelo alargamento dos yields de bônus da Espanha e da Itália nesta sexta-feira.

Por aqui, a moeda norte-americana não tem espaço de manobra para recuo sensível ante os arredores de R$ 1,90. Depois de cinco sessões com dois leilões diários de compra de dólar à vista, diz muito a ausência do Banco Central no mercado, ontem, quando a moeda no balcão fechou em R$ 1,8860, depois de ter testado as máximas de R$ 1,8920, no início do período vespertino, e R$ 1,8940, mais ao meio da tarde. A ausência do BC ontem, com a moeda nos níveis citados, é vista como disciplinadora, reforçando a percepção dos agentes do mercado de que o nível buscado pela autoridade monetária para o dólar está na casa de R$ 1,90. No mercado doméstico, o dólar abriu em queda de 0,37%, a R$ 1,8790.

Nesta quinta-feira, quando o BC ficou ausente da compra de dólar à vista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Washington, reafirmou que a intervenção no câmbio é "absolutamente necessária e nós vamos continuar fazendo". Para um estrategista, os comentários do ministro reforçam a percepção sobre novo o piso informal para o dólar, em direção a R$ 1,90.

As discussões sobre modificação nas regras de remuneração da poupança também tendem a ter reflexo nas cotações do dólar no mercado de câmbio doméstico, como um efeito derivado do que deve ocorrer nos DIs. A razão é que a percepção dos agentes do mercado sobre 'porta aberta' deixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para uma eventual redução adicional do juro básico, em direção à mínima histórica, caminha para concretização com a retirada da barreira ligada aos limites impostos pela remuneração da poupança. Selic ainda mais baixa favorece, em tese e ao menos no curto prazo, depreciação do real, diante da redução de uma das variáveis de atratividade de dólares vindos do exterior. Na prática, porém, no médio e no longo prazos, há que se ponderar que os juros nas economias avançadas estão muito baixos e que o Brasil tem necessidades importantes de investimentos em infraestrutura nos próximos anos.

Na zona do euro, o índice alemão Ifo de confiança dos empresários teve leve alta para 109,9 pontos, de 109,8 em março, acima das expectativas. No Reino Unido, as vendas no varejo subiram 1,8% em março ante o mês anterior, acima do projetado. Na agenda, entre os destaques está o início oficial a reunião de Primavera do FMI, nos Estados Unidos.

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