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Antes de Copom, dólar fecha na mínima em mais de um mês

Com a expectativa pelo futuro da Selic no Brasil, e depois de decisão do Fed em manter a taxa de juros dos EUA, moeda americana caiu 0,70%, a R$ 4,11

Dólar: moeda fechou no menor valor desde 7 de novembro (Gordan1/Getty Images)

Dólar: moeda fechou no menor valor desde 7 de novembro (Gordan1/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 17h32.

Última atualização em 11 de dezembro de 2019 às 18h17.

São Paulo — O dólar fechou no menor patamar em mais de um mês frente ao real nesta quarta-feira, descendo à casa dos 4,12 reais, em meio ao fraco desempenho da moeda no exterior após o banco central dos Estados Unidos enfraquecer perspectivas de altas de juros por lá.

O mercado operou ainda na expectativa pela decisão de política monetária no Brasil.

O dólar à vista caiu 0,70%, a 4,1195 reais na venda. A cotação acelerou a queda enquanto o chairman do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, fazia declarações em coletiva de imprensa.

A divisa terminou no menor patamar para um encerramento desde 7 de novembro (4,0935 reais na venda).

Na B3, em que os negócios vão até as 18h15, o dólar futuro de maior liquidez tinha baixa de 0,71%, a 4,1205 reais.

No exterior, o índice do dólar, que mede o valor da moeda contra uma cesta de seis rivais, caiu ao menor nível em quatro meses, depois de o chairman do Fed, Jerome Powell, ter dito que seria preciso uma inflação significativa e persistente para juros mais altos.

Taxas mais elevadas nos EUA na comparação a seus pares têm beneficiado o dólar há pelo menos dois anos, uma vez que mantêm o país mais atrativo para investimentos e fluxos em relação a Europa e Japão.

No Brasil, o mercado projeta corte de 0,50 ponto percentual da Selic nesta quarta-feira, mas as atenções estarão voltadas para a sinalização do Banco Central sobre os passos da política monetária em 2020.

A forte queda na taxa básica de juros brasileira desde o fim de 2016 tem sido um importante fator para a depreciação recente do real, uma vez que diminui a "vantagem" da moeda brasileira como ativo de investimento ante outras divisas emergentes.

Em outubro de 2016, quando a Selic estava em 14,25% ao ano, o BC começou um ciclo de cortes que, intercalado com pausas, trouxe o juro básico à mínima histórica de 5,00% em outubro de 2019. No período, o real acumula depreciação de mais de 20%, saindo de 3,25 por dólar para os atuais patamares em torno de 4,12 por dólar.

"O real deve se fortalecer caso o Copom feche a porta para cortes de juros", disse o Citi em nota a clientes. "O real já tem se beneficiado da intervenção cambial e de dados econômicos mais fortes, e um banco central 'hawkish' ofereceria mais apoio", acrescentaram os profissionais.

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