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Ano termina com poucas ofertas iniciais de ações

Menor crescimento do Brasil e volatilidade gerada por crise na Europa levaram empresas a cancelar ofertas em 2012


	Bovespa: somente R$ 3,9 bilhões foram movimentados em ofertas iniciais de ações neste ano
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Bovespa: somente R$ 3,9 bilhões foram movimentados em ofertas iniciais de ações neste ano (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2012 às 09h36.

São Paulo - A maioria das empresas que pretendia captar dinheiro na Bolsa em 2012 encerrou o ano com o bolso vazio - ou menos cheio do que esperava. O ano foi de vacas magras para as ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), que movimentaram apenas R$ 3,9 bilhões em 2012, o menor patamar desde 2004, quando o mercado de capitais brasileiro começou a deslanchar. O cenário de incertezas fez oito companhias que planejavam abrir o capital cancelarem suas ofertas ao longo do ano.

O grupo inclui nomes conhecidos do mercado, como a agência de viagens CVC, a rede de farmácia Pague Menos e a CPFL Renováveis, além de novatas como a mineradora Manabi e a rede de agências de viagens Brasil Travel. Também estão na lista a Isolux Infrastructure, de concessões de energia e rodovias, a prestadora de serviços para o setor de petróleo Seabras e a Biosev, resultado da fusão de LDC Bioenergia com a Santelisa Vale.

A maré ruim é reflexo, em parte, das incertezas geradas pela crise na Europa, que trazem volatilidade à Bolsa brasileira. Mas questões econômicas do País pesaram mais. O Brasil vem crescendo menos e deve fechar o ano com uma alta de cerca de 1% do PIB (Produto Interno Bruto).

"O baixo volume de IPOs reflete a diminuição do apetite de investidores estrangeiros pelo Brasil. O País perdeu em atratividade para outros mercados, como o México", disse o diretor da área de ofertas de ações do Credit Suisse, Marcelo Millen. Segundo a BM&FBovespa, os investidores estrangeiros respondem por cerca de 70% dos recursos aplicados nas ofertas iniciais.

Outras questões, como a ingerência do governo na economia e uma desconfiança gerada após promessas não cumpridas de companhias que fizeram o IPO anteriormente, levaram os investidores a ficar ainda mais cautelosos. "Casos como o das empresas de Eike Batista, que prometeram um resultado e apresentaram outro, deixaram os investidores menos tolerantes a companhias pré-operacionais. E os investidores ficaram ainda mais desconfiados após o IPO da Unicasa, que divulgou seu primeiro balanço bem abaixo do esperado", disse uma fonte de mercado, que não quis se identificar. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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