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Anglo American deixa operação de níquel no Brasil; negócio pode chegar a US$ 500 milhões

Desde o ano passado o conglomerado britânico está se afastando de várias atividades

A Anglo registrou no ano passado uma baixa contábil de US$ 800 milhões na mina de níquel Barro Alto (Chris Ratcliffe/Getty Images)

A Anglo registrou no ano passado uma baixa contábil de US$ 800 milhões na mina de níquel Barro Alto (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 15h10.

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A mineradora britânica Anglo American anunciou nesta terça-feira, 18, um acordo para vender seu negócio de níquel no Brasil a uma subsidiária da MMG Limited, grupo em sua maior parte composta por fundos chineses, por um valor que pode chegar a US$ 500 milhões (R$ 2,8 bi).

"A venda do nosso negócio de níquel marca outro passo importante na simplificação do nosso portfólio para criar negócios mais valiosos em cobre, minério de ferro de primeira qualidade e nutrientes agrícolas", disse Duncan Wanblad, diretor executivo do grupo, em comunicado.

O negócio de níquel do grupo no Brasil inclui operações em Barro Alto e Codemin, e outros dois projetos, Jacaré e Morro Sem Boné.

Queda nos preços

A Anglo registrou no ano passado uma baixa contábil de US$ 800 milhões (R$ 4,5 bi) na mina de níquel Barro Alto devido à queda nos preços internacionais do níquel.

O grupo britânico segue uma estratégia anunciada em maio de 2024 de se afastar de várias atividades, concentrando-se em cobre, minério de ferro de alta qualidade e fertilizantes. A reestruturação também ocorre após a rejeição da oferta de aquisição de US$ 39 bilhões (R$ 222,8 bi) pela rival BHP no ano passado.

"O acordo de hoje, juntamente com os assinados em novembro de 2024 para a venda do nosso negócio de carvão siderúrgico, pode gerar um total de US$ 5,3 bilhões (R$ 30,2 bi) em receitas", disse Wanblad.

"A transação está sujeita a uma série de condições (...) e sua conclusão está prevista para o terceiro trimestre de 2025", indicou a companhia.

Cao Liang, CEO da MMG, disse que os ativos brasileiros eram uma "diversificação importante para nosso negócio". O maior acionista da MMG é a empresa estatal China Minmetals.

Como foi o acordo

A Anglo disse que o acordo de até US$ 500 milhões foi composto por um pagamento inicial de US$ 350 milhões (R$ 1,9 bi) em dinheiro, a possibilidade de até US$ 100 milhões (R$ 571,4 milhões) em pagamentos semestrais ao longo de quatro anos vinculados a vendas acima de um preço de níquel acordado e mais US$ 50 milhões (R$ 285,7 milhões) vinculados a decisões de investimento em projetos que estão em andamento.

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