Mercados

Analistas fazem as pazes com a Hypermarcas, a maior alta do ano

Empresa mostra em resultado trimestral que tem conseguido uma virada em suas operações

Cláudio Bergamo posa com alguns produtos que não fazem mais parte do portfólio da Hypermarcas, mas que ajudaram na recuperação da empresa (Germano Luders)

Cláudio Bergamo posa com alguns produtos que não fazem mais parte do portfólio da Hypermarcas, mas que ajudaram na recuperação da empresa (Germano Luders)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 06h12.

São Paulo – Após vários trimestres de cobranças e reuniões com a empresa cheias de promessas que pareciam não se concretizar nunca, os analistas do mercado financeiro começaram a mudar a opinião sobre as ações da Hypermarcas (HYPE3) e a congratulação pelos primeiros resultados de 2012 foi geral.

“Parabéns pelo turnaround”. Essa foi uma das frases mais repetidas por eles durante a teleconferência realizada na segunda-feira com a presença da diretoria da fabricante de bens de consumo. “A companhia começou a demonstrar melhoras depois de um longo período de reestruturação”, disse Sandra Peres, analista da Coinvalores.

Cláudio Bergamo, presidente da Hypermarcas, ressaltou na teleconferência que a empresa passou por um período de muitas aquisições entre 2007 e 2010 e de transição no ano passado. Agora, destaca ele, é o momento de um “crescimento rentável e sustentável com geração de caixa” e foco na redução do endividamento.

Inflexão

“De todo modo, foi o primeiro resultado a trazer alguma surpresa positiva em um longo período de tempo, de modo que esperamos que os mesmos sejam bem recebidos pelo mercado”, avaliam os analistas Fernando Siqueira e Hugo Rosa, do Citi. As ações terminaram a segunda-feira entre as maiores altas da bolsa e subiram até 6,4%. Com 49,18% de valorização, os papéis têm o melhor desempenho do ano.

O resultado marca um possível ponto de inflexão nas operações da Hypermarcas. No ano passado, a empresa foi muito criticada por trabalhar uma política comercial que foi mal recebida pelos clientes e distribuidores. O resultado foi um movimento de desestocagem e menores vendas. A empresa revisou a estratégia comercial e anunciou a venda de marcas nas áreas de limpeza e alimentos, onde a resistência dos distribuidores impedia o aumento de preços.


“Os resultados dão suporte à visão da administração de que os problemas em torno do excesso dos estoques agora estão para trás e que o portfólio de marcas da empresa é competitivo e gerador de caixa”, avaliam os analistas do Credit Suisse, em um relatório assinado por Gustavo Wigman.

Números

Um dos principais destaques do balanço da Hypermarcas foi o crescimento de 13,8% na receita líquida na passagem anual, para 897,1 milhões de reais. “Consideramos positivo o desempenho da receita no primeiro trimestre, evidenciando que a empresa avançou muito na redução do desequilíbrio do estoque, que causou a redução do crescimento da receita durante 2011”, afirmaram Francisco Chevez e Manisha Chaudhry, do HSBC, em relatório.

O desempenho refletiu o avanço de 17,4% da divisão Farma e de 9,2% na de Consumo. O crescimento da empresa garantiu uma fatia maior de participação de mercado em algumas áreas. O lucro operacional (Ebitda – Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a 192,4 milhões de reais, uma queda de 11,2% na comparação com o ano anterior. A diferença foi resultado de um maior gasto com marketing, que cresceu 20%.

Após reduzir a própria estimativa de Ebitda em 2011 duas vezes, passando de 1 bilhão de reais para 700 milhões de reais, o mercado espera agora que a meta de 850 milhões de reais para 2012 seja cumprida. O arrecadado até março corresponde a 22,6% do esperado para o ano. Ainda assim, o otimismo é ainda comedido. Os analistas parabenizam o sucesso das mudanças, porém avaliam que a valorização das ações no ano já assume essa melhora.

table.tableizer-table {border: 1px solid #CCC; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;} .tableizer-table td {padding: 4px; margin: 3px; border: 1px solid #ccc;}
.tableizer-table th {background-color: #104E8B; color: #FFF; font-weight: bold;}

Analista Recomendação Preço-alvo (R$) Potencial de valorização
Bank of America Merrill Lynch Compra 18 42%
BTG Pactual Neutra 15 18,20%
Ágora Manter 13,8 8,80%
Credit Suisse Neutra 13 2,50%
HSBC Neutra 13 2,50%
Fator Manter 12,1 -4,50%
Citi Neutra 10 -21,10%
Deutsche Bank Manter 10 -21,10%
JP Morgan Underweight 9,5 -25%
Acompanhe tudo sobre:Análises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasHypera Pharma (Hypermarcas)IndústriaMercado financeiro

Mais de Mercados

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney

“Não existe crise no agro”: como BB vai lidar com baque em uma de suas principais linhas de crédito

Ibovespa opera de lado com mercado repercutindo IBC-Br acima do esperado

Informações sobre possíveis valores do pacote fiscal, IBC-Br e Powell: o que move o mercado