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Analista ‘rebaixa simbolicamente’ as agências de rating

Janet Tavakoli, uma das críticas mais duras dos mecanismos por trás das agências, decidiu 'revogar' status conferido às instituições pela Securities and Exchange Comission

A analista, que é presidente da Tavakoli Structured Finance, sediada em Chicago, faz recomendações para melhorar a precisão dos ratings de crédito (Getty Images)

A analista, que é presidente da Tavakoli Structured Finance, sediada em Chicago, faz recomendações para melhorar a precisão dos ratings de crédito (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2011 às 20h12.

Nova York - Como as agências de classificação de crédito escaparam das mudanças de regulamentação adotadas depois da crise financeira, uma analista financeira decidiu tomar medidas pelas próprias mãos, pelo menos simbolicamente. Janet Tavakoli, uma das críticas mais duras dos mecanismos por trás das complicadas estruturas que deram relevância aos bônus lastreados em hipotecas subprime, decidiu "revogar" o status conferido às agências de rating pela Securities and Exchange Comission (SEC).

As agências de classificação de risco têm como ganha-pão a concessão de ratings – ou classificações – a empresas, governos ou qualquer entidade que emita títulos para serem negociados no mercado. Essas classificações são a opinião da agência sobre a capacidade do emissor desses títulos de honrar seus compromissos com os investidores.

Em relatório que deve ser publicado nesta terça-feira, Tavakoli declara revogado o status das agências de rating como Organizações de Classificação Estatística Nacionalmente Reconhecidas (NRSRO), que permite que bancos e gestores de ativos usem os ratings dados pelas agências para orientar decisões de investimento. Ela tomou essa decisão quatro anos depois de propor que a SEC revogasse o status NRSRO das agências, que haviam emitido classificações "flagrantemente erradas" para bilhões de dólares em bônus.

"Desde que a SEC não agiu, eu agora revogo a designação NRSRO para todas as agências de crédito, para todas as classes de ratings de crédito, com a exceção de corporações não significativamente engajadas em finanças estruturadas", escreveu Tavakoli em seu relatório de 50 páginas sobre erros e conflitos de interesse das agências de rating durante a crise financeira.

A Lei Dodd-Frank, de reforma da regulamentação do setor financeiro, busca reduzir a dependência das empresas do setor financeiro das agências de rating, mas não mudou o status NRSRO, que Tavakoli diz estar na raiz do problema. Em entrevista, ela afirmou que sua medida simbólica tem o objetivo de chamar a atenção para o problema e que enviará seu relatório ao Congresso.


No relatório, a analista, que é presidente da Tavakoli Structured Finance, sediada em Chicago, faz recomendações para melhorar a precisão dos ratings de crédito, entre elas a de que elas a de adequação a escalas de rating e benchmarks de terceiros. Para ela, o rating AAA atribuído pelas agências aos EUA é "uma ficção conveniente", que é mantida porque não há sistema alternativo. Tavakoli também disse que potenciais rebaixamentos dos ratings dos EUA pela Moody's ou pela Standard & Poor's seriam "em grande parte irrelevantes". As informações são da Dow Jones.

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