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Americanas: Rothschild assume negociações com credores

Passivo oneroso da companhia pode ser muito maior que os R$ 19 bilhões conhecidos

Americanas: banco Rothschild & Co vai conduzir negociação (Americanas S.A./Divulgação)

Americanas: banco Rothschild & Co vai conduzir negociação (Americanas S.A./Divulgação)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 15h16.

Última atualização em 16 de janeiro de 2023 às 15h25.

A Americanas (AMER3) acaba de anunciar quem vai conduzir as negociações com os bancos credores em nome da companhia: o banco Rothschild & Co. A representação valerá para Brasil e também internacionalmente. "A Americanas reforça seu compromisso na busca de uma solução de curto prazo com os seus credores. Todos os órgãos sociais (conselho, diretoria e comitês) estão trabalhando conjuntamente com o objetivo de manter as operações da companhia de forma adequada", diz o comunicado da companhia.

Dessa forma, Sergio Rial, que assumiu como presidente da empresa em 2 de janeiro e descobriu as inconsistências contábeis estimadas em R$ 20 bilhões, não mais vai atuar no meio de campo entre as instituições financeiras e os sócios de referência — o trio Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, criadores da AB Inbev a partir da fusão entre Brahma e Antarctica em 1999. Os sócios fundadores da 3G Capital são donos da Americanas desde 1982.

O clima das conversas, neste momento, está o pior possível. Os bancos estão se preparando para uma dura batalha. A varejista tem cerca de R$ 19 bilhões em empréstimos e financiamentos e entre R$ 15 bilhões e R$ 16 bilhões estimados em compromissos ligados à fornecedores, mas que estavam mal reportados. No balanço de setembro, o passivo com fornecedores estava em R$ 5 bilhões.

Os sócios se dispuseram a colocar R$ 5 bilhões na empresa, desde que os bancos também aceitem um "hair cut" nos compromissos, por meio da conversão de dívida em capital. Os credores, porém, acham o valor muito inferior ao necessário.

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