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Americanas (AMER3) vai à Justiça para proteger caixa, mas tenta evitar recuperação judicial

Medida é uma forma de proteção de liquidez e operação da empresa

Americanas: atualmente, a empresa tem quase R$ 9 bilhões posição de caixa (Leandro Fonseca/Exame)

Americanas: atualmente, a empresa tem quase R$ 9 bilhões posição de caixa (Leandro Fonseca/Exame)

A 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro concedeu medida de tutela de urgência cautelar à Americanas (AMER3). A decisão, proferida pelo juiz Paulo Assed, suspende toda e qualquer possibilidade de bloqueio, sequestro ou penhora de bens da empresa.

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A empresa tem um prazo de 30 dias para avaliar e pedir, se achar necessária, a recuperação judicial. Essa ainda é uma decisão que está sob análise e pode, ou não, ser tomada. A recuperação judicial é uma possibilidade, mas ainda é algo a ser evitado.

Essa medida é uma forma de proteção de liquidez e operação da empresa. Atualmente, considerando números até o fim de setembro, a empresa tem quase R$ 9 bilhões de disponibilidades.

A empresa alega que a descoberta das inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões, pode acarretar vencimento antecipado de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões. Esse montante tem a seguinte composição: são R$ 19,3 bilhões de endividamento bruto que estão registrados no balanço, somados aos mais R$ 5 bilhões em vencimentos a fornecedores  e aos R$ 15 bilhões ou R$ 16 bilhões estimados de "risco sacado".

Esses números são uma estimativa que a companhia já divulgou ao mercado e ainda são preliminares e não oficiais. Não houve tempo para apuração precisa da situação.

Nesta sexta-feira, 13, a companhia informou que as agências de classificação de risco Fitch Ratings e S&P Global Ratings rebaixaram sua nota de crédito. A Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito da Americanas na escala global de 'BB' para ‘CC’ e de ‘AA+(bra)’ na escala nacional para ‘CC(bra)’. O rebaixamento se reflete nos ratings dos bonds e debêntures da companhia. Já a S&P Global Ratings cortou a nota de crédito global da Americanas de “BB” para “B” e a nacional de “brAAA” para “brA-”, colocando as duas em observação negativa.

A companhia ainda deve soltar um comunicado oficial à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autarquia tem, até esta sexta-feira, 13, três processos administrativos abertos sobre o caso Americanas. Dois deles analisam a divulgação da informação. O terceiro, cujo tema não foi revelado, é conduzido pela Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI). Essa divisão da autarquia é quem analisa casos de informações privilegiadas. 

O que se sabe até agora?

De acordo com Sérgio Rial, que havia assumido como CEO e renunciou ao cargo nove dias depois informando sobre as inconsistências financeiras,  a Americanas vai precisar de uma capitalização. Essa injeção de recursos viria em grande parte dos acionistas de referência, os fundadores da 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.

O trio é acionista há cerca de 40 anos. A Americanas é símbolo de um dos primeiros investimentos do que era o extinto Garantia. A empresa ganhou rios de dinheiro no passado, espremendo fornecedor e operando inflação. Mas a solução virá somende deles, deixou claro o ex-CEO do Santander.

Hoje, a Americanas  movimenta entre R$ 55 bilhões e R$ 60 bilhões em vendas ao ano. A empresa terminou setembro com R$ 19,3 bilhões em dívidas financeiras, entre empréstimos, financiamentos e debêntures, para R$ 8,8 bilhões em caixa e mais R$ 5 bilhões em contas a receber.

 

 

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