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América Latina tem maior nível de rebaixamentos desde 2013, diz Fitch

Com a crise do coronavírus, analistas preveem que mais cortes nas notas de classificação de risco estão a caminho

Fitch Ratings (wolterfoto/ullstein bild/Getty Images)

Fitch Ratings (wolterfoto/ullstein bild/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2020 às 13h59.

Última atualização em 21 de maio de 2020 às 14h44.

A pandemia do coronavírus provocou o maior ritmo de rebaixamento de ratings de empresas na América Latina desde 2013, de acordo com a agência de classificação de risco Fitch Ratings. Os analistas preveem que mais cortes de notas estão a caminho.

Entre 12 de março e 12 de maio, houve 35 rebaixamentos de ratings na América Latina.

Em janeiro de 2020, antes dos casos de coronavírus começarem a se espalhar pela região, eram 78% de empresas não financeiras com perspectiva estável do rating, 15% com negativa e 7% com positiva.

Em 12 de maio, o quadro era diferente e o percentual de companhias com perspectiva estável caiu para 60%, o de negativa subiu para 36% e o de positiva recuou para 4%. A perspectiva indica a tendência mais provável para a nota.

A Fitch destaca que parte importante dos rebaixamentos em empresas ocorreu porque o rating soberano foi rebaixado ou teve a perspectiva reduzida. Foi o caso do Brasil, que teve a perspectiva da nota mudada para negativa no começo do mês.

As paralisações e quarentenas na região estão resultando em perda de receitas para empresas, redução de liquidez e interrupções em operações e cadeias produtivas.

Os setores com maior risco de rebaixamento são aqueles mais expostos aos efeitos das quarentenas: companhias aéreas, petróleo e gás, açúcar e etanol e segmentos ligados ao lazer. Estes setores tiveram a maioria dos rebaixamentos nas últimas semanas.

No Brasil, entre as empresas que tiveram rating rebaixado pela Fitch estão as companhias aéreas Gol e Azul, a Andrade Gutierrez Engenharia e a JSL, do setor de logística e transporte.

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