Black Friday - Shopping Rio Poty - Teresina Piaui - Le Biscuit - Eletrodomesticos - Consumo - Consumidor - Inflação - Comércio - Varejo - Vendas - Foto: Leandro Fonseca 24/11/2021 (Leandro Fonseca/Exame)
A perspectiva do setor de varejo no Brasil em 2023 é de deterioração, de acordo com a agência de classificação de risco Fitch Ratings.
De acordo com relatório da agência, o baixo crescimento econômico esperado para o próximo ano, combinado à manutenção de altos patamares de juros, elevado endividamento das famílias e incertezas quanto à sustentabilidade dos baixos índices de inflação registrados nos últimos meses deverão limitar a demanda do setor e pressionar a geração de caixa das empresas.
A Fitch projeta uma desaceleração expressiva no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, passando dos 3% esperados em 2022 para 0,7% em 2023.
“Setores discricionários, de maior tíquete e dependentes de crédito, como é o caso de eletroeletrônicos, bens de consumo duráveis e vestuário, são os mais vulneráveis à severa restrição de renda”, afirma Renato Donatti, diretor da Fitch.
As políticas macroeconômicas do novo governo, especialmente no que se refere à melhora sustentável da economia e à recuperação do poder de compra da população, devem ser observadas, pois indicarão o direcionamento do setor no próximo ano, explica a agência.
Varejistas que operam serviços financeiros ao consumidor continuarão registrando piora nas taxas de inadimplência, o que reduziria sua flexibilidade para aumentar a oferta de crédito e fomentar as vendas no próximo ano. Nesse contexto, Donatti argumenta que a capacidade das varejistas de ajustar investimentos e gerenciar custos e despesas será chave para a preservação dos perfis de crédito dessas empresas.
A Fitch também acredita que a tendência de fusões e aquisições se mantém. Segundo os analistas da agência, as varejistas devem continuar buscando aumento de escala e diversificação por meio dessas operações. "Empresas bem estabelecidas vêm acelerando estes movimentos, apoiadas na abundante liquidez advinda de ofertas públicas de ações e dos mercados de dívidas."
Até esta segunda-feira, 19, 80% do portfólio tinham perspectiva estável ou positiva e apenas 20% (três empresas), apresentavam perspectiva negativa.