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Ambev dispara mais de 9% após dobrar lucro no 1º tri

Resultado superou as estimativas mais otimistas do mercado; analistas estimam que Zé Delivery tenha sido responsável por 8% das vendas no Brasil

Ambev: Brahma Puro Malte volta a impulsionar segmento core plus e se torna a quinta cerveja mais vendida da empresa no Brasil (Jonne Roriz/Bloomberg via/Getty Images)

Ambev: Brahma Puro Malte volta a impulsionar segmento core plus e se torna a quinta cerveja mais vendida da empresa no Brasil (Jonne Roriz/Bloomberg via/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 6 de maio de 2021 às 13h11.

Última atualização em 6 de maio de 2021 às 13h19.

As ações da Ambev (ABEV3) chegaram a disparar 9,29% na máxima da manhã desta quinta-feira, 6, após seu resultado do primeiro trimestre ter agradado investidores. Às 13h09, os papéis subiam 8,14%

No período, a companhia registrou lucro líquido ajustado de 2,761 bilhões de reais, 124,9% superior ao do primeiro trimestre de 2020 e 20% acima do consenso de mercado da Bloomberg. O número apresentado foi maior até mesmo da estimativa mais otimista colhida pela agência, de 2,66 bilhões de reais. 

As vendas líquidas da empresa cresceram 32% na comparação anual para 16,64 bilhões de reais, também ficando acima do consenso de mercado, de 14,98 bilhões de reais.

No mercado brasileiro de cervejas, que corresponde 32,8% da receita líquida da empresa, a Ambev cresceu em todos os segmentos. Com o forte desempenho da Brahma Puro Malte, a frente core plus mais do que sobrou no Brasil, com a cerveja se tornando a quinta mais vendida da Ambev.

A empresa também evoluiu suas plataformas de entrega, como a argentina AppBar, a chilena Casa de la Cerveza e a panamenha Colmapp.  Mas é no aplicativo brasileiro Zé Delivery que a companhia deve concentrar ainda mais atenção para a expansão da plataforma. 

Segundo a empresa, 14 milhões de pedidos foram feitos por meio da plataforma no trimestre. Analistas do BTG Pactual estimam que o Zé Delivery tenha contribuído para 8% das vendas da empresa no país. 

"[Os dados] sugerem que a Ambev está construindo uma base sólida para o mercado pós-pandêmico. Quando menos esperávamos, a Ambev conseguiu entregar um trimestre quase perfeito", afirmaram em relatório. 

No entanto, com recomendação neutra para a empresa, os analistas do banco ainda mantêm algum ceticismo quanto à continuidade do bom momento. "A questão é se parte disso vai recuar quando a vida voltar ao normal."

Um dos únicos pontos criticados do balanço foi o aumento de 13,9% com despesas com vendas, gerais e administrativa (SG&A, na sigla em inglês), que segunda a empresa foi em função de provisões com remuneração variável e maiores despesas de distribuição.

No radar dos investidores também esteve a troca de comando de sua controladora AB InBev anunciada junto com o resultado. Após 15 anos na presidência da empresa, Carlos Brito irá passar o posto para o também brasileiro Michel Doukeris, que atualmente chefia as operações na América do Norte.

Analistas do Credit Suisse classificaram a troca como "neutra/levemente positiva" para a Ambev. "Michel Doukeris e Jean Jereissati (presidente da Ambev) trabalharam juntos na Ásia-Pacífico e na China e fizeram parte de uma equipe forte que foi pioneira na premiumização do mercado chinês, entregando muitos anos de forte crescimento de receita e expansão de margem", comentam em relatório.

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