Armazém da Ambev: companhia de bebidas estima redução dos custos operacionais e administrativos com a reorganização (EXAME)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 10h35.
São Paulo - A Ambev não trabalha com a possibilidade de adesão ao segmento Novo Mercado da BM&FBovespa, apesar dos termos de reorganização societária anunciados na sexta-feira deixarem a companhia de bebidas dentro de vários pontos do regulamento de máxima governança da bolsa.
A informação é do vice-presidente financeiro da empresa de bebidas, Nelson Jamel, em teleconferência com jornalistas nesta segunda-feira.
"A gente está incluindo elementos substancialmente similares aos que estão presentes no Novo Mercado", disse Jamel, citando direito a voto a todas as ações, oferta de "tag along", membros independentes no Conselho de Administração e aumento do dividendo mínimo obrigatório de 35 para 40 por cento do lucro.
"É óbvio que alguns elementos que não foram considerados necessariamente críticos ou relevantes a essa altura para melhoria de nossa governança tenham ficado fora (...) Nossa intenção foi fechar diferenças contra nossos principais pares globais", acrescentou.
Segundo o executivo, entre as principais cinco fabricantes de cerveja do mundo, apenas a Ambev tem mais de uma classe de ações com direitos diferentes para cada grupo de investidores.
Ele citou o nível de ações em circulação no mercado entre os pontos em que não seriam necessários ajustes para uma eventual migração para o Novo Mercado.
"Nosso número hoje (de free float) é de 29 por cento, o que até atenderia esse ponto, mas como a ação da Ambev já é bastante líquida a gente entende que não seja um ponto relevante hoje, tão pouco é um ponto que existe entre as práticas de nossos pares globais", disse Jamel.
Nesta segunda-feira, a ação ordinária da Ambev saltava quase 10,40 por cento às 11h07, aproximando o preço do papel da preferencial, que recuava 1,44 por cento. A relação de troca proposta na reorganização é de 1 ação preferencial por 1 ordinária.
A Ambev estima redução dos custos operacionais e administrativos com a reorganização.
Evitando dar detalhes sobre valores, Jamel afirmou apenas que cerca de cinco subsidiárias da Ambev deixarão de existir.
Perguntado se a companhia planeja uma oferta de ações a partir do segundo trimestre de 2013, após aprovação da reorganização societária, Jamel afirmou que a operação "não inclui nenhum tipo de oferta de ações".