Dólar: moeda se fortaleceu em torno de 5 por cento, enquanto os rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiram além da marca de 3 por cento (Hamera Technologies/VEJA)
Reuters
Publicado em 9 de maio de 2018 às 11h27.
Londres - Um dólar em alta deverá atingir os investimentos estrangeiros nos mercados emergentes neste ano, disse o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) nesta quarta-feira, reduzindo sua previsão de entrada de capital para este ano em 43 bilhões de dólares, para 1,22 trilhão de dólares.
O grupo baseado em Washington que rastreia fluxos de capital em mercados emergentes, classificou a alta do dólar e os rendimentos mais altos dos títulos nos Estados Unidos de "mudança de paradigma" para os investidores.
Como resultado, as entradas de capital provavelmente se manterão nos níveis vistos no ano passado, reduzindo as previsões anteriores de fevereiro.
"As perspectivas de entrada de capital não residente nos mercados emergentes neste ano se deterioraram ... O aumento dos rendimentos dos títulos dos EUA e um dólar mais forte levaram a uma 'parada repentina' nos fluxos de carteira desde meados de abril", disse o IIF em um relatório.
Como parcela do Produto Interno Bruto (PIB), as entradas de capital cairão de 4,2 por cento para 3,7 por cento em 2017, acrescentou.
Desde meados de abril, o dólar se fortaleceu em torno de 5 por cento, enquanto os rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiram além da marca de 3 por cento pela primeira vez em quatro anos. Isso está exercendo uma enorme pressão sobre os mercados emergentes, pressionando as moedas locais para baixo e aumentando os rendimentos dos títulos.
A Argentina, um dos países mais afetados, foi forçada a buscar ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O IIF prevê que os mercados de títulos emergentes serão os mais castigados, com entradas de 255 bilhões de dólares este ano, abaixo do recorde do ano passado de 315 bilhões de dólares. Os ingressos mensais até agora neste ano atingiram a média de 13 bilhões de dólares até abril, observou, metade dos níveis de um ano atrás.
Um aumento de 1 ponto percentual nos rendimentos dos EUA reduziria os fluxos para a dívida emergente em 20 bilhões de dólares, sugeriu o IIF.