Mercados

Alta de nota de empresas latinas está perto do pico

As elevações dos ratings de empresas brasileiras mostram que o país passou a exercer um papel mais maduro no cenário internacional

A Braskem está entre as empresas do Brasil que podem receber um "upgrade" na classificação de risco (Divulgação)

A Braskem está entre as empresas do Brasil que podem receber um "upgrade" na classificação de risco (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 09h16.

Nova York - A tendência de ratings (classificação de risco) positivos que vem beneficiando os emissores corporativos da América Latina desde o final de 2009 pode estar se aproximando do pico, afirmou hoje a agência de classificação Moody's. Segundo ela, o movimento se justifica porque alguns setores estão sofrendo uma pressão para baixo em meio à perspectiva global cada vez mais incerta.

As companhias brasileiras, porém, continuam a se destacar, com a grande maioria das mudanças positivas deste ano ocorrendo no País. "Aparentemente, os 'upgrades' que vimos no Brasil são uma espécie de reflexo da atual maturidade do País como player econômico na região e no cenário mundial", afirmou Filippe Goossens, vice-presidente sênior da Moody's.

A petroquímica Braskem alcançou grau de investimento no começo deste ano, enquanto a Gerdau, maior siderúrgica da América Latina, e a Cosan, maior empresa de açúcar e álcool do Brasil em termos de receita, foram colocadas em revisão para possível "upgrade".

Durante a primeira metade deste ano, as elevações de rating das empresas latino-americanas de fora dos setores financeiro e de serviços públicos superaram os rebaixamentos na proporção de 4 para 1, fazendo deste período o mais forte desde o final de 2009. Mas, com o cenário econômico global em mutação, as ações de rating deverão ficar mais "equilibradas" ao longo dos próximos seis meses, disse a agência em um relatório.

A qualidade do crédito corporativo na região deve divergir entre diferentes setores, segundo Goossens. Ele acrescentou que há uma ligeira inclinação negativa para setores mais cíclicos, como papel, celulose, aço e mineração, em parte por causa da desaceleração da demanda chinesa por commodities e pela queda no preço de algumas delas, acrescentou.

Por outro lado, a Moody's espera que as empresas de telecomunicações e de bens de consumo mantenham seu forte desempenho. A despeito da perspectiva mista para diferentes setores, as companhias latino-americanas têm agora maior flexibilidade financeira do que antes da crise de 2008, disse a agência.

De acordo com a Moody's, empresas com grau de investimento mais consolidado deverão dominar a emissão de dívida nova no restante de 2011, particularmente à luz das preocupações com a crise de dívida soberana na zona do euro e com as questões fiscais nos EUA, que têm sido acompanhadas por aversão ao risco. A agência afirmou, porém, que se a crise puder ser resolvida "construtivamente", a região deve continuar atraente para os investidores, com base em seus fundamentos macroeconômicos mais fortes se comparados ao mundo desenvolvido e nos diferenciais de yield (retorno para o investidor). As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingAlimentos processadosAmérica LatinaAtacadoBraskemComércioCosanDados de BrasilEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasGerdauMercado financeiroMoody'sQuímica e petroquímicaRatingSiderurgiaSiderurgia e metalurgiaSiderúrgicas

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol