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Alta de bens duráveis pode infuenciar câmbio, diz Bradesco

Com a elevação do índice apurado pelo IBGE em 0,16%, a economista sênior do banco espera que o IPCA cheio deste mês suba 0,30%


	Carne bovina: de acordo com a economista, a Alimentação em domicílio surpreendeu de forma favorável, especialmente com o item carnes
 (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Carne bovina: de acordo com a economista, a Alimentação em domicílio surpreendeu de forma favorável, especialmente com o item carnes (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 11h16.

São Paulo - A alta recente do câmbio provavelmente já está trazendo efeitos sobre o IPCA-15, especialmente nas categorias de bens duráveis e artigos de residência, avaliou a economista sênior do Bradesco, Andrea D' Amico, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Com a elevação do índice apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 0,16%, número que ficou igual à sua previsão, ela espera que o IPCA cheio deste mês suba 0,30%, marca levemente superior ao incremento de 0,29% apontado pela mediana das projeções apuradas pela pesquisa Focus do Banco Central.

De acordo com Andrea, a Alimentação em domicílio surpreendeu de forma favorável, especialmente com o item carnes. A categoria apresentou uma deflação de 0,42%, quando ela esperava uma queda de 0,20%.

"Por outro lado, ocorreu uma elevação acima do esperado para duráveis e artigos para residência, como televisores e produtos de imagem e som, o que pode ter sido motivado, em parte, por alguma pressão maior do câmbio", ponderou. No caso de artigos para residência, ela aguardava uma elevação de 0,30%, mas foi registrada alta de 0,62%.

Na avaliação da economista do Bradesco, um outro elemento que colaborou para a subida de 0,16% do IPCA-15 de agosto foram itens relacionados a serviços, aluguéis e condomínios, o que pode ser um reflexo ainda positivo do bom nível de criação de emprego no País.

O mercado de trabalho perdeu um pouco de seu fôlego nos últimos meses, pois o desemprego subiu de 5,8% em maio para 6% em junho, mas exibe resultados favoráveis em níveis históricos para o Brasil. Nesse contexto, o banco avalia que o nível de atividade no País está em razoável evolução, o que deve levar o PIB a apresentar um aumento de 2,3% neste ano.

O Bradesco estima que o IPCA em 2013 deve subir 5,9%, marca pouco superior aos 5,84% apurados em 2012. A projeção da instituição agrega um novo aumento de 5% dos preços da gasolina na bomba dos postos neste ano.

O banco espera que, devido à trajetória da inflação no curto prazo, o Copom deverá fazer mais dois aumentos da Selic de 0,50 ponto porcentual cada neste ano, na reunião que ocorrerá na próxima semana e na que será encerrada em 9 de outubro.

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