Mercados

Alemanha tem demanda insuficiente em emissão de bônus a dez anos

País conseguiu vender apenas 3,6 bilhões de euros dos 6 bilhões de euros previstos; para analistas mercado está 'nervoso'

Analistas acreditam que o fracasso do leilão derrubou as bolsas na Europa (Getty Images)

Analistas acreditam que o fracasso do leilão derrubou as bolsas na Europa (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 14h48.

Berlim - A Alemanha emitiu nesta quarta-feira 6 bilhões de euros em bônus a dez anos e obteve uma demanda muito inferior à oferta, de 3,6 bilhões, a um juros médio de 1,98%, anunciou a agência nacional da dívida.

Segundo especialistas, a fraca demanda pelos bônus alemães reflete o atual nervosismo do mercado.

"O resultado da emissão de hoje reflete as condições de um mercado extremamente nervoso, mas isso não significa uma crise para o governo alemão", disse Jörg Müller, porta-voz da agência.

Os analistas da ING advertiram que se a demanda fosse 1 bilhão de euros menor seria um sinal de debilidade.

"Com a falta de alternativas, os bônus alemães continuam sendo um valor seguro na Eurozona, mas principalmente os investidores estrangeiros perderam um pouco a confiança na região em seu conjunto, o que vale também para as obrigações alemãs", disse o banco Helaba.

Para o analista chefe do Danske Bank, Jens Peter Sorensen, a fraca demanda dos bônus reflete "uma profunda desconfiança no projeto do euro, mais que em relação aos bônus do governo alemão especificamente".

Pouco depois da emissão, os juros dos bônus alemães a dez anos, de referência na Eurozona, subiram no mercado secundário, onde os investidores os negociam livremente após sua emissão.

O rendimento do bônus alemão subia a 1,965%, contra a 1,917% no fechamento de terça-feira.

Segundo analistas, o fracasso da emissão das obrigações alemãs a dez anos foram os principais responsáveis pela queda das bolsas europeias nesta sessão, em um contexto de desconfiança generalizada em relação à Eurozona e influenciado também pelas incertezas em relação ao crescimento nos Estados Unidos e na China.

O índice DAX 30 da Bolsa de Frankfurt perdeu 1,44%, fechando aos 5.457,77 pontos. O CAC 40 de Paris perdeu 1,68%, aos 2.822,43 pontos, seu nível mais baixo nos dos meses. Em Londres, o Footsie 100 perdeu 1,29%, a 5.139,78 unidades. Em Madri, o Ibex 35 cedeu 2,09% e terminou aos 7.739,3 pontos. Milão perdeu 2,59%.

Na quinta-feira, o presidente francês Nicolas Sarkozy receberá em Estrasburgo (leste da França) a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, para uma reunião dedicada à preparação das próximas reuniões europeias, conforme informou nesta terça-feira a presidência francesa.

Depois de almoço de trabalho em Estrasburgo, os três dirigentes oferecerão uma coletiva de imprensa conjunta, indicou o comunicado do Eliseu.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCrises em empresasEuropaMercado financeiroPaíses ricosTítulos públicos

Mais de Mercados

Em meio a pressão por boicotes, ação do Carrefour sobe 3,31%

O saldo final – e os vencedores – da temporada de balanços do 3º tri, segundo três análises

Warren Buffett doa US$ 1,1 bilhão em ações da Berkshire Hathaway: "Nunca quis criar uma dinastia"

Funcionário esconde R$ 750 milhões em despesas e provoca crise em gigante do varejo