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Alemanha e Argentina revelam diferenças gritantes nas bolsas

Desempenho dos índices, valor de mercado das bolsas e comportamento dos investidores mostram como funciona cada mercado


	O índice Merval acumula ganhos de 52% em 2014, enquanto Dax tem uma alta modesta de 1,12%
 (Getty Images)

O índice Merval acumula ganhos de 52% em 2014, enquanto Dax tem uma alta modesta de 1,12% (Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 13 de julho de 2014 às 09h36.

São Paulo - Se houvesse uma competição entre as bolsas do mundo e a final fosse entre Alemanha e Argentina, qual seria a sua aposta?

A análise baseada apenas na situação econômica daria vitória ao país europeu. No entanto, se o critério for o desempenho no ano, a bolsa dos nossos "hermanos" estaria em ampla vantagem.

O índice Merval, principal indicador da bolsa de valores da Argentina, acumula ganhos de 52% em 2014. Já o Dax, da bolsa alemã, tem uma alta modesta de 1,12%. Números à parte, ambas possuem características bem diferentes, que refletem a realidade de seus respectivos países. A bolsa da Alemanha possui um valor de mercado estimado em 1,9 trilhão de dólares, enquanto a da argentina vale 55 bilhões de dólares.

“O valor de mercado nos mostra a grandeza do ambiente de negócios da Alemanha. Já o mercado argentino é bem obscuro”, destaca o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

Mas qual é o motivo para o crescimento tão expressivo da bolsa do nosso país vizinho neste ano?

De acordo o economista, o mercado de capitais da Argentina serve como uma espécie de hedge, de proteção. Ou seja, com a situação econômica ainda conturbada e instável por lá, curiosamente, o investidor prefere comprar ações de empresas.

Segundo Perfeito, isso é uma característica local. “Para eles trata-se de uma segurança. É uma maneira de ficar comprado em dólar. Por isso, a bolsa está subindo tanto”, conclui.

Já na Alemanha, que possui um mercado mais maduro, a situação é diferente. O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, lembra que o país é, economicamente, o mais forte da zona do Euro, mas devido à relação estreita com os demais países, como Espanha, Grécia e Portugal, o crescimento fica restrito.

“Os países europeus ainda sentem a forte crise que os abalou em 2011. A Alemanha foi a que mais se recuperou, mas não consegue se livrar dos problemas das nações ao seu redor - isso reflete na bolsa, que ainda anda de lado.”

Agostini destaca também a pouca volatilidade do mercado alemão. “A bolsa oscila pouco e, dificilmente, vemos uma queda brusca ou uma alta exagerada por lá – ao contrário das bolsas de países emergentes, como a Argentina.”

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