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"Ainda atrativa": BTG vê oportunidade em ação que mais subiu em 2023

Quedas registradas no início deste ano aumentam a atratividade do papel, segundo analistas

Painel de cotações da B3: BTG vê potencial de alta de mias de 65% em ações da Tenda (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3: BTG vê potencial de alta de mias de 65% em ações da Tenda (Germano Lüders/Exame)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 11h33.

Os analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame) reiteraram a recomendação de compra para as ações da incorporadora Tenda (TEND3) nesta terça-feira, 9, após a empresa ter apresentado as projeções operacionais para este ano. A ação é a que mais subiu da bolsa em 2023, com 251% de alta, encerrando cotadas a R$ 14,83.

O cenário, porém, tem sido diferente neste ano. Em apenas cinco pregões, as ações acumularam queda de 19% -- e voltam a cair nesta terça-feira, 9. É natural que após períodos de fortes altas realizações de lucros por parte dos investidores afete o preço do papel. Mas parte da desvalorização deriva também das projeções operacionais para este ano, divulgadas na última noite. Embora tenha previsto melhora de margem e crescimento de vendas e Ebitda, parte do mercado esperava algo mais.  Nesta terça, os papéis caem mais 9%.

O que significam essas quedas? Para o BTG, um potencial de valorização ainda maior.

Pela cotação do último fechamento, o preço-alvo do BTG (R$ 20) sugeria um potencial de valorização de mais de 65%. Mesmo após a disparada de 2023.

O guidance para 2024

A expectativa da direção da Tenda é de que a empresa termine este ano com uma margem bruta entre 29% e 31% em sua principal linha de negócios. Para a divisão ALEA, de casas pré-moldadas (conceito off-site), a estimativa é de uma margem entre 9% e 11%. A margem bruta da Tenda, no terceiro trimestre, foi de 25%.

A companhia, também prevê crescimento das vendas líquidas, com guidance variando entre R$ 3,2 bilhões e R$ 3,5 bilhões na divisão Tenda e entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões na ALEA. Até setembro do ano passado, as vendas líquidas estavam em R$ 2,2 bilhões na divisão Tenda e em R$ 88 milhões na ALEA.

Para o Ebtida ajustado, a companhia espera bater entre R$ 375 milhões e R$ 425 milhões na divisão Tenda. Para a ALEA, a previsão é de um Ebitda negativo entre R$ 50 milhões e R$ 30 milhões contra R$ 56,4 milhões acumulados nos nove primeiros meses de 2023.

As vendas saíram acima do projetado pelo BTG, mas com um nível de rentabilidade menor que o esperado. A empresa chegou a cair 90% entre 2020 e 2022, impactada pela pandemia e inflação do setor, tem passado por um turnaround, com melhorias em processos internos e incentivos públicos para habitação popular. Para 2025, a empresa tem um plano ousado de chegar a um ROIC (retorno sobre o capital) de 30%. Mas, pelos dados apresentados na última noite, o BTG acredita que melhora dos níveis de rentabilidade serão mais lentas.

"O guidance da Tenda sugere que estávamos muito otimistas quanto à recuperação da rentabilidade em 2024", diz o BTG em relatório. " O valuation ainda é atraente. Revisaremos nossos números em breve, mas ainda vemos as ações sendo negociadas abaixo de 4x preço/lucro para 2025."

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