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Agronegócio cresce e varejo encolhe nas operações de fusões e aquisições no 1º semestre no Brasil

Levantamento da consultoria Kroll mostra um total de 661 transações, queda de 11,8% em relação a 2022

Fusões e aquisições: Em uma das transações, por exemplo, a SLC Agrícola, com ações na Bolsa, comprou 12,4 mil hectares de terra na Bahia (Marcelo Coelho/Divulgação)

Fusões e aquisições: Em uma das transações, por exemplo, a SLC Agrícola, com ações na Bolsa, comprou 12,4 mil hectares de terra na Bahia (Marcelo Coelho/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 5 de julho de 2023 às 10h20.

Puxando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, o setor de agronegócios mais que dobrou sua participação nas operações de fusões e aquisições do país de janeiro a junho deste ano, segundo levantamento da consultoria Kroll. De acordo com o levantamento, o setor elevou sua participação histórica de 1,5% para 3,8% dos negócios registrados, ou cerca de 25 negócios. Já o varejo que sempre teve desempenho representativo em operações, próximo a dois dígitos, caiu para 4,8% das operações (31 negócios).

"O agro mais que sobrou sua participação devido a seu papel relevante no PIB, com as notícias positivas do setor, como alta produtividade, e o papel que o Brasil internacional tem nesse segmento", diz Alexandre Pierantoni, diretor de finanças corporativas da Kroll no Brasil e autor do estudo, que lembra que o Plano safra 2023/2024 é o maior da história, com recursos da ordem de R$ 364 bilhões.

Só a Agrishow, maior feira do setor no Brasil, movimentou em 2023 valor recorde de R$ 13,3 bilhões. A previsão da safra brasileira de grãos de mais de 312 milhões de toneladas, com alta de 15% em relação á safra anterior, numa combinação de maior área plantada com maior produtividade, também ajuda a impulsionar os negócios. Em uma das transações, por exemplo, a SLC Agrícola, com ações na Bolsa, comprou 12,4 mil hectares de terra na Bahia.

Pierantoni lembra que o varejo sempre foi muito ativo em fusões e aquisições, se verticalizando e incorporando, por exemplo, empresas de pagamento. Ele cita que a Magazine Luiza chegou a fazer 24 operações de aquisições num período de 12 meses. Mas com crédito mais escasso e juros elevados, o setor vem sofrendo revezes, como os casos da Americanas, Marisa, Tok Stok, e acabou reduzindo sua participação na compra de empresas.

"É um setor que deve se recuperar mais para a frente. O Brasil vai começar a baixar os juros antes de outros países e todo mundo está revisando o crescimento da economia para cima este ano", diz Pierantoni.

661 fusões e aquisições no primeiro semestre

O levantamento da Kroll mostra que foram registradas no período, 661 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre, queda de 11,8% em relação ao mesmo período, diz a Kroll. Mas a expectativa da consultoria é que o ano termine no mesmo patamar que 2022, com 1,6 mil transações.

"Na América Latina, a queda no número de fusões e aquisições é de 30% neste primeiro semestre e nos EUA a redução foi 15%. Por aqui, não usamos dívidas nas transações", afirma Pierantoni.

O que chamou a atenção no levantamento é que os chamados investidores estratégicos participaram de 65,5% dos negócios. Ou seja, são empresas que querem aumentar o seu portfólio de produtos para ganhar mercado, por exemplo. Aproveitam queda de valor de mercado em situações de reestruturação de dívida, por exemplo, para comprar empresas. É um investidor que está pensando no longo prazo, diz Pierantoni.

O setor de tecnologia liderou o ranking com 14,8% de participação (97 transações). O setor de Saúde representou 6,1% (40 negócios), seguido pelos setores de produtos de consumo, energia e logística, que representaram, cada um, 4,5% (29 negócios) das transações anunciadas.

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