Alexandre Tombini: o BC divulga o IBC-BR, prévia do PIB, que deve mostrar que a atividade econômica brasileira teve retração em maio (Álvaro Motta/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2012 às 09h09.
São Paulo - Os mercados acionários globais operam em baixa após corte de juros inesperado na Coreia do Sul e queda do emprego na Austrália renovarem receios de que o crescimento esteja vacilante. O dólar sobe diante de 15 das 16 principais moedas com a maior aversão ao risco.
O mercado local reage hoje ao 8º corte seguido de juros pelo Copom, anunciado ontem à noite. O BC divulga o IBC-BR, prévia do PIB, que deve mostrar que a atividade econômica brasileira teve retração em maio.
Hoje a coluna de renda fixa mostra que Alberto Carrasquilla, ex-ministro das Finanças da Colômbia cujos investimentos em dívidas podres naquele país geraram retornos de mais de 16 por cento, está agora comprando US$ 120 milhões (R$ 58,9 milhões) em dívidas sob calote no Brasil.
Internacional: Ações caem com receio renovado sobre crescimento
Ações globais, medidas pelo índice MSCI All-Country World, caem pelo 7º dia, maior período de baixa desde novembro, após corte de juros na Coreia do Sul e queda de empregos na Austrália renovar receios de que o desaquecimento global esteja se acentuando.
Coreia do Sul cortou juros inesperadamente pela 1ª vez em mais de 3 anos.
Austrália teve queda nas contratações em junho aumentando especulações de que o BC corte juros pela 5ª vez em 9 meses.
“A economia global está se desacelerando mais rapidamente do que os bancos centrais conseguem afrouxar a política”, disse Tomomi Yamashita, administrador de recursos sênior da Shinkin Asset Management Co. em Tóquio. “Sua melhor aposta é ficar com dinheiro na mão.”
Na Ásia, mercados acionários caíram pelo 6º dia também refletindo os novos sinais de que o desaquecimento global.
Na Europa, ações também recuam.
Ata do Fed divulgada ontem também contribui para queda dos mercados acionários pela falta de sinalização de que a instituição está mais próxima de tomar novas medidas de estímulo econômico.
Apenas 2 membros do FOMC apoiaram mais compra de títulos para estimular economia • Índices futuros sinalizam queda para a abertura em Nova York.
Os títulos americanos operam em alta com a piora do cenário global aumentando a busca por ativos considerados mais seguros.
Dólar sobe frente a 15 das 16 principais moedas acompanhadas pela Bloomberg.
Rendimentos dos títulos do Reino Unido, França, Alemanha, Portugal e Grécia caem, enquanto os da Itália e Espanha sobem.
Petróleo recua em Nova York com receio de que o menor crescimento global reduza demanda pelo produto.
Agenda do dia: IBC-Br de maio, reações ao Copom, PIB da China
A atividade econômica brasileira deve ter mostrado retração de 0,4% em maio, na comparação mensal, segundo mediana das expectativas de 26 economistas. O BC divulga hoje o IBC-Br às 8:30.
Para acompanhar
Copom cortou ontem à noite a taxa Selic em 0,5 ponto para 8% ao ano.
BTG Pactual (BBTG11 BZ) realiza coletiva de imprensa às 11:30.
Presidentes da BM&FBovespa (BVMF3 BZ), CVM e BNDES (1572Z BZ) participam de evento na BM&FBovespa, às 14:30.
Tesouro Nacional faz leilão de LTNs para 2013, 2014 e 2016, e de LFTs para 2018, das 11:00 às 11:30. Volume será informado próximo das 10:00 e resultado sai às 12:00.
Governo
Presidente Dilma Rousseff participa de evento às 11:00 e encontra-se com o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, às 15:00 • Ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem reuniões de trabalho em Brasília e viaja para São Paulo, às 15:30.
Presidente do BC, Alexandre Tombini, tem reuniões de trabalho em Brasília
Empresas em destaque: Rossi, Petrobras, JB Duarte, Bradesco
Rossi (RSID3 BZ) vendeu R$ 682 milhões em imóveis no 2º trimestre. Lançamentos totalizaram R$ 751 milhões.
Petrobras (PETR4 BZ) descobriu óleo na Bacia do Espírito Santo, na região do pós-sal, na concessão BM-ES-24.
JB Duarte (JBDU4 BZ) disse que Bioverde encerrou negociação de joint venture, alegando razões de ordem interna, em virtude da troca de controle acionário.
Rodobens (RDNI3 BZ) disse que as vendas contratadas totalizaram R$ 192 mi no 2º tri, mesmo valor do 1º tri. Empresa não divulgou em nota vendas totais do 2T11.
Bradesco (BBDC4 BZ), Caixa (CEFN3 BZ) e Banco do Brasil (BBAS3 BZ) anunciaram reduções de juros em linhas de crédito depois do novo corte da Selic.
Incorporação da PortX (PRTX3 BZ) pela MMX (MMXM3 BZ) foi aprovada por acionistas. Relação de substituição das ações foi aprovada em 0,5042 ações da MMX para cada ação da PortX.
Dasa (DASA3 BZ) elegeu Dickson Esteves Tangerino como diretor presidente e Cynthia May Hobbs Pinho como diretora financeira.
QGEP (QGEP3 BZ) e HRT (HRTP3 BZ), cujas operações de abertura de capital foram as maiores no ano em 2011 e 2010, tiveram os piores desempenhos entre IPOs do País depois que poços secos desapontaram investidores.
Fechamento de ontem: Bolsa cai com Fed, DI tem nova mínima
Bolsa teve 3º dia de baixa; menor pontuação desde 28 jun. EMBR3 caiu 7,3% com retração em carteira de pedidos no 2º tri. LREN3 caiu 1,5% reagindo à queda nas vendas do varejo. VALE5 e BBAS3 foram as que mais contribuíram para queda. PDGR3 e PETR4 formam as que mais fizeram pressão positiva. Ibovespa: -0,25%, para 53.569,14 pontos.
Juros: DI cai após queda inesperada nas vendas de varejo e antes de Copom. DI Jan/13: -3 pontos, para 7,47%. DI Jan/14: - 10 pontos, para 7,64%.
Câmbio: Confirmou alta após ata do Fed. Dólar: +0,14%, para R$ 2,0366