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Agência Fitch reitera previsão de calote da Grécia

Agência de classificação de risco espera default tanto pelo segundo pacote de resgate do país ou por qualquer outro mecanismo de reestruturação da dívida

A grande preocupação da Fitch em relação à crise da zona do euro é que "não está claro como ou quando ela terminará" (Sean Gallup/Getty Images)

A grande preocupação da Fitch em relação à crise da zona do euro é que "não está claro como ou quando ela terminará" (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2011 às 11h57.

São Paulo - O diretor-gerente de ratings soberanos globais da agência de classificação de risco Fitch, Tony Stringer, disse hoje prever um default (calote) da dívida da Grécia, seja por meio do segundo pacote de resgate do país ou por qualquer outro mecanismo de reestruturação ordenada ou desordenada da dívida grega. "O nosso rating soberano de CCC para a Grécia é uma mensagem clara de que antecipamos o default", afirmou Stringer, via teleconferência realizada pela Fitch em São Paulo.

Para ele, a disparada no custo da proteção contra eventual calote das dívidas da Itália e da Espanha, refletido nos preços dos contratos de cinco anos de Credit Default Swaps (CDS), tem sido exagerada, apesar de a Fitch ter recentemente rebaixado o rating soberano daqueles dois países europeus. "Consideramos os governos da Itália e da Espanha solventes, e a reação do mercado foi exagerada, mas provavelmente o mercado está demonstrando sua insatisfação com aqueles países", comentou.

Stringer disse que a grande preocupação da Fitch em relação à crise da zona do euro é que "não está claro como ou quando ela terminará". Segundo ele, a situação evoluiu de uma série de crises financeiras para se tornar agora uma crise política que ameaça o futuro da moeda única. Stringer afirmou que a reação nervosa do mercado nos últimos meses é resultado de uma avaliação errada, feita pelos investidores até meados de 2009, de que as maiores economias da zona do euro iriam garantir a dívida de todos os países periféricos.

Esta avaliação errada, conforme ele, fica evidente na convergência dos preços dos contratos de cinco anos de CDS até julho de 2009 tanto dos países periféricos quanto de países como França e Alemanha. "Até meados de 2009, o mercado de CDS não indicava uma diferenciação de risco entre a Grécia e outros países periféricos das economias como França e Alemanha", afirmou. "O mercado percebeu esta avaliação errada tardiamente."

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