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Agência de rating chinesa rebaixa nota dos EUA

A decisão ocorre após o governo norte-americano anunciar o acordo para aumentar o teto do endividamento

O rebaixamento provavelmente não afetará os empréstimos de Washington,  mas é um reflexo do pessimismo que existe na China sobre o futuro dos EUA (Getty Images)

O rebaixamento provavelmente não afetará os empréstimos de Washington, mas é um reflexo do pessimismo que existe na China sobre o futuro dos EUA (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2011 às 12h47.

Pequim - A agência de rating chinesa Dagong rebaixou nesta quarta-feira a classificação da dívida americana de A+ para A "com perspectivas negativas", depois de o governo dos Estados Unidos anunciar o acordo para aumentar o teto do endividamento.

"O aumento do teto da dívida não muda o fato de que o crescimento do endividamento nacional dos EUA superou ao de sua economia e suas receitas fiscais, o que levará uma redução da disponibilidade para pagar as dívidas", destacou a agência em comunicado.

Acrescentou que as lutas internas entre os partidos americanos nos últimos dias refletiram "a falta de habilidade do governo (americano) para resolver o problema da dívida", acrescentando que os credores "precisam de proteção política e econômica" na hora de cobrar os interesses.

Estimou ainda que os EUA têm de reduzir seu déficit fiscal em mais de US$ 4 trilhões nos próximos cinco anos.

Dagong, uma das poucas agências de rating que não são americanas, fundada em 1994, tem um sistema de classificação similar ao das mais conhecidas Moody's, Standard and Poor's e Fitch, onde a máxima nota possível é AAA, por isso que agora os EUA se situarão no terceiro degrau.

Já em novembro, a mesma agência chinesa havia reduzido a classificação americana de AA até A+.

Segundo os analistas, o rebaixamento de nota por parte de Dagong provavelmente não afetará os empréstimos de Washington, já que a agência chinesa não tem ainda o mesmo renome internacional das homólogas norte-americanas, mas é um reflexo do pessimismo que existe na segunda economia mundial (China) sobre o futuro da primeira (EUA).

China, por outro lado, é o maior credor da dívida americana, com bônus no valor de US$ 1,15 trilhão.

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