Netflix: resultados acima do esperado (Netflix/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 17 de abril de 2025 às 17h55.
Última atualização em 17 de abril de 2025 às 18h49.
O sucesso de Adolescência já estava visível no top 10 das séries mais vistas da Netflix (NFLX), mas agora voltou a ser destaque nos resultados do primeiro trimestre de 2025 da companhia, divulgados nesta quinta-feira, 17. A plataforma de streaming fechou os primeiros meses do ano com lucro líquido de US$ 2,89 bilhões, aumento de 24% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado animou os investidores, e as ações da empresa subiam 4% após o fechamento do mercado.
E não só o lucro subiu, como também a receita, para US$ 10,54 bilhões, ante aos US$ 9,37 bilhões registrados no primeiro trimestre do ano passado. A alta foi de 13%. O resultado veio pouco acima do esperado pelos analistas de Wall Street — US$ 10,51 bilhões.
Este foi o primeiro balanço divulgado pela empresa no qual o número de assinantes, antes um dos principais indicadores da saúde do negócio, não foi divulgado. No ano passado, a companhia destacou que a escolha veio para reforçar novas métricas como engajamento de usuários e receita. Outros concorrentes do streaming, como Disney+, Prime Video e Max, também optam por essa estratégia.
A série Adolescência, assistida por mais de 124 milhões de pessoas, tornou-se a terceira mais vista da plataforma de todos os tempos. Foi um dos principais motivos para a entrega de um resultado mais sólido do primeiro trimestre da empresa, acompanhada dos filmes De Volta à Ação, Ad Vitam e Contra-Ataque.
O bom resultado do lucro da empresa é positivo diante da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Enquanto demais concorrentes mantém os números e demais empresas de tecnologia afundam na bolsa, a Netflix opera com resultados acima do esperado pelos analistas.
A empresa, que hoje tem valor de mercado de US$ 416 bilhões, segue rumo ao primeiro trilhão. Segundo o Wall Street Journal, durante a reunião anual de revisão de negócios realizada no mês passado, os executivos do gigante do streaming compartilharam metas ambiciosas para 2030 — e o principal objetivo é dobrar a receita.
Na carta aos acionistas, a companhia destacou que tem executado suas prioridades para 2025, que incluem aprimorar a oferta de séries e filmes e expandir os planos com anúncios em conjunto com novas iniciativas, como jogos online e programações ao vivo. Na última terça-feira, 15, as ações subiram 5,4% no pregão do meio da manhã, cotadas a US$ 981,84. Hoje, quinta-feira, no pós-mercado, valiam US$ 973,03.
Diante da ampla concorrência, a companhia ainda segue bastante à frente das demais. A Disney, principal concorrente, é avaliada em US$ 149 bilhões. Outras big techs com serviço de streaming de vídeo, como a Amazon e a Apple, já fazem parte do clube do trilhão, mas sentiram de perto o impacto das novas tarifas de Trump. Ambas apresentaram queda de 12% nas ações desde o início de abril, quando os primeiros anúncios da guerra comercial foram divulgados.
Nos últimos 12 meses, as ações da Netflix subiram 58%. Para atingir o primeiro trilhão, teriam de subir pouco menos de 150% em relação ao nível atual até 2030 e analistas ouvidos pela Barron's destacam, no entanto, que a receita anual da empresa até o início da próxima década deve subir cerca de 87%.
No último resultado de 2024, o gigante do streaming fechou o ano com mais de 301 milhões de assinantes globais. Até o final da década, pretende chegar ao marco de 410 milhões. No começo de abril deste ano, a companhia lançou sua plataforma de anúncios (ad-tech) nos Estados Unidos. "Estamos a caminho de implementá-la em nossos demais países de anúncios nos próximos meses", disse a empresa.