Redatora
Publicado em 16 de junho de 2025 às 11h37.
As ações da Adobe caíram 5,32% na sexta-feira, 13, fechando a sessão a US$ 391,68, após a divulgação do balanço do segundo trimestre do ano fiscal da empresa, mesmo com resultados acima do esperado e revisão para cima da projeção de receita anual. No pré-mercado desta segunda-feira, 16, os papéis operam com leve alta de 0,23%, cotados a US$ 392,57 por volta das 9h36.
É a quarta vez consecutiva que os papéis da empresa recuam depois da divulgação de resultados e a sétima queda nos últimos oito trimestres. Desde o início de 2024, os papéis acumulam perda de 34%, pressionados pelas preocupações sobre a concorrência no mercado de softwares criativos e pelas dúvidas sobre se a inteligência artificial será um motor de crescimento ou um risco para a companhia.
O relatório mostrou que a IA vem impulsionando a demanda pelos produtos da Adobe. Mesmo assim, a empresa manteve a previsão de crescimento de 11% na receita recorrente anual (ARR) do segmento de mídia digital, o que gerou sinais de possível desaceleração no segundo semestre, segundo analistas.
O analista Kirk Materne, da Evercore ISI, classificou os resultados como sólidos, mas destacou que a previsão conservadora não deve ser suficiente para reverter o ceticismo dos investidores no curto prazo. Para ele, não há catalisadores relevantes no horizonte capazes de destravar valor para as ações. Apesar disso, manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 475.
Brad Zelnick, do Deutsche Bank, também se mostrou cético sobre o impacto imediato dos resultados no desempenho das ações. Na avaliação dele, a Adobe continua sendo uma empresa de alta qualidade e deve se beneficiar das inovações em IA, mas o mercado precisa ver esses avanços refletidos de forma mais concreta nos números. Ele manteve recomendação neutra e preço-alvo de US$ 475.
Já Gregg Moskowitz, da Mizuho, adotou um tom mais otimista, afirmando que a Adobe está começando a monetizar de forma relevante suas soluções em IA. Segundo ele, o aumento de preços anunciado pela empresa deve ter impacto positivo nos resultados ao longo do tempo. Ainda assim, reduziu o preço-alvo da ação de US$ 575 para US$ 530, mas manteve recomendação de compra.