Redatora
Publicado em 30 de julho de 2025 às 07h03.
Última atualização em 30 de julho de 2025 às 07h08.
As ações Adidas caíram cerca de 9% nesta quarta-feira, 30, após a companhia divulgar um crescimento de receita abaixo do esperado no segundo trimestre e alertar para os impactos das tarifas dos Estados Unidos.
Por volta das 6h10 (horário de Brasília), os papéis da fabricante alemã de artigos esportivos recuavam 6,3%, cotados a € 185,18, na maior queda intradiária registrada desde abril.
Mesmo com o avanço do lucro, a empresa manteve sua projeção anual, frustrando parte do mercado. A Adidas segue estimando um lucro operacional entre € 1,7 bilhão e € 1,8 bilhão em 2025 — abaixo da média das expectativas de analistas, que apontavam para € 2 bilhões.
O CEO Bjørn Gulden justificou a cautela com a incerteza em torno das tarifas de importação dos EUA, que já causaram um prejuízo de “dezenas de milhões de euros” no trimestre e podem gerar um custo adicional de até 200 milhões de euros até o fim do ano.
Em teleconferência, Gulden afirmou que eventuais aumentos de preços seriam restritos aos Estados Unidos, e que a empresa fará uma revisão de preços após a definição final da alíquota tarifária, esperada para o próximo dia 1º de agosto.
“As tarifas, e principalmente a incerteza, tornam tudo mais difícil agora. Para a Adidas, trata-se de atravessar esse momento sem prejudicar o negócio no longo prazo”, disse Gulden em comunicado. Ele também apontou que um avanço da inflação provocado pelas tarifas pode afetar o apetite do consumidor.
O alerta da Adidas se soma ao da Puma, que na semana passada também culpou as tarifas pela revisão drástica de suas projeções e pela expectativa de prejuízo no ano. O novo CEO da concorrente, Arthur Hoeld, prometeu apresentar em outubro um plano de reestruturação.
Com consumidores mais cautelosos e margens pressionadas pelas tarifas de Donald Trump, investidores agora avaliam se a Adidas conseguirá manter o ritmo de crescimento iniciado com o sucesso da linha Samba e outros modelos retrô. Eles também se questionam se a empresa terá fôlego para sustentar a competitividade diante de uma Nike em recuperação.