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Adiamento de capitalização da Petrobras desagrada mercado

Empresa frustou os investidores, que já estavam prontos e motivados depois que a empresa insistiu em fazer a oferta pública de ações

Para analistas, o comportamento da Petrobras foi erro de empresa de ´dente-de-leite` (.)

Para analistas, o comportamento da Petrobras foi erro de empresa de ´dente-de-leite` (.)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2010 às 10h30.

Rio de Janeiro - O mercado não recebeu bem o adiamento da capitalização da Petrobras para setembro, depois de a empresa ter insistido que faria a oferta pública de ações mesmo sem a cessão onerosa e de investidores já estarem se preparando para a operação.

Na avaliação do analista da SLW Corretora Eric Scott, o comportamento da Petrobras "foi um erro de cronograma de uma empresa dente-de-leite", se referindo, em tempos de Copa do Mundo, a times iniciantes. "Não é nada bom, eles tinham se posicionado que fariam o quanto antes, mesmo sem cessão onerosa, de qualquer maneira", disse Scott à Reuters.

"Agora teremos dois lados: um do investidor aliviado que vai respirar por não ser diluído no curto prazo e do outro as incertezas que continuam até setembro e que vão arrastar o papel", avaliou. Uma fonte ligada à operação, que pediu para não ser identificada, explicou que a decisão teve que ser tomada porque os investidores não estavam aceitando o encontro de preços das certificadoras no futuro.

"A ANP não soube fazer a licitação da certificadora", disse a fonte, aguardando também um reação negativa do mercado, que não deve deixar os papéis da empresa se valorizarem até a operação. No projeto de lei da capitalização, aprovado pelo Congresso Nacional este mês, o governo foi autorizado a ceder até 5 bilhões de barris de petróleo de reservas não licitadas no pré-sal da bacia de Santos. Essas reservas seriam trocadas por ações da companhia em uma operação intermediada por títulos públicos.

As reservas precisam no entanto ser certificadas também pela ANP, como trata o artigo 3o do projeto de lei da capitalização, não apenas para confirmar o volume das reservas como também o valor do barril nos reservatórios. Esse preço seria comparado ao valor das reservas aferido por uma certificadora já contratada pela Petrobras. A ANP contratou a sua certificadora na terça-feira após processo de licitação cancelado.

"Só agora a Petrobras leu esse artigo, foi muita incompetência do governo, da ANP e da Petrobras... eles falaram que não precisavam da certificação da ANP e agora descobriram que precisam", disse o diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura, Adriano Pires. Para ele, anunciar para setembro a operação foi "outra trapalhada", já que o país estará em pleno processo eleitoral.

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