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Acordo sobre Grécia ajuda Bovespa, mas não tira cautela

O investidor também está ansioso por um desfecho favorável no Congresso dos Estados Unidos para a questão fiscal


	Bovespa: às 10h17, o Ibovespa subia 0,54%, aos 57.056,69 pontos
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Bovespa: às 10h17, o Ibovespa subia 0,54%, aos 57.056,69 pontos (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 09h41.

São Paulo - A decisão do Eurogrupo de que o dinheiro à Grécia poderá ser liberado dá o tom mais positivo nos mercados desta terça-feira e ajuda na abertura em alta da Bovespa. Porém, o entusiasmo é comedido porque, apesar de o empréstimo ser considerado certo, a palavra final será dada somente em dezembro.

E isso é insuficiente para dissipar a cautela do investidor, que também está ansioso por um desfecho favorável no Congresso dos Estados Unidos para a questão fiscal.

O que os investidores querem é que seja evitado o abismo fiscal, que são os cortes de gastos e aumento de impostos que entram em vigor automaticamente em janeiro de 2013, caso não haja acordo antes disso. "O cenário está melhor por causa do acordo, mas agora os mercados voltam a bater na tecla do abismo fiscal e isso gera mais apreensão", comentou um operador.

Às 10h17, o Ibovespa subia 0,54%, aos 57.056,69 pontos. Em Nova York, o Dow Jones caía 0,33% e o S&P 500 tinha queda de 0,20%.

Nesse sentido, o mercado estará de olho no discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, às 11h30 (de Brasília), em Washington, para ver se ele falará sobre o problema fiscal do país. Na semana passada, Bernanke disse o abismo fiscal poderia colocar os EUA de novo na recessão em 2013 e pediu que líderes do Congresso cheguem a um acordo.

As atenções também estão na enxurrada de indicadores que sairão hoje nos EUA a partir das 11h30: encomendas de bens duráveis em outubro; atividade industrial do Meio Oeste em outubro; preços de moradias; atividade industrial da região de Richmond em novembro; e confiança do consumidor em novembro.


Na Europa, as bolsas tinham leve alta naquele horário: Londres +0,48%; Paris +0,39%; Frankfurt +0,57%; Milão +0,31%; Madri +0,21%. Lisboa +0,15%. O comportamento levemente positivo dá-se em reação ao avanço na questão da Grécia. Após 12 horas de conversas, o grupo de ministros de Finanças da zona do euro abriu caminho para o desbloqueio uma parcela de € 43,7 bilhões ao país, que faz parte do segundo pacote de socorro econômico ao país, em três tranches. Segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, o acordo foi possível porque a Grécia "mostrou compromisso".

Internamente, as elétricas seguem sob os holofotes, assim como o segmento de petróleo. As ações da Eletrobras e Cesp subiram ontem com a expectativa de que a pressão dos minoritários e investidores institucionais atrapalhe a tramitação do texto da MP 579, que trata das concessões do setor elétrico, no Congresso, conforme apurou a jornalista Claudia Violante. Às 10h07, as ações ON da Eletrobras subiam 4,69%; as PNB, 4,74%; Petrobrás avançava 0,80% (PN) e 0,41% (ON).

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, admitiu, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que o governo poderá revisar alguns valores das indenizações para as empresas de energia expostas à MP 579. "Tem casos em que está sendo encontrado algum tipo de problema que vai ser revisto. Vai ser corrigido", disse.

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