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Acordo entre Trump e União Europeia pode ser boa notícia para a Heineken — mas não o suficiente

Cervejaria vê lucro crescer 7,4% no 1º semestre, mas alerta para riscos em mercados-chave como Brasil, México e Estados Unidos

Heineken: bom momento para a versão tradicional e a zero álcool (Heineken/Divulgação)

Heineken: bom momento para a versão tradicional e a zero álcool (Heineken/Divulgação)

Publicado em 28 de julho de 2025 às 07h39.

As tarifas impostas pelos Estados Unidos continuam a pressionar as operações da Heineken, que exporta cerveja principalmente da Europa e do México para o mercado americano. O acordo comercial fechado no domingo entre a União Europeia e os EUA, que reduziu de 30% para 15% a tarifa sobre produtos europeus, foi uma boa notícia — mas a empresa alerta que a medida ainda terá impacto significativo sobre os lucros.

Para mitigar os efeitos, a Heineken afirmou nesta segunda-feira, 28, que está analisando todas as alternativas possíveis, inclusive transferir parte da produção para outros mercados, segundo a Reuters. “Analisamos todas as opções: manter o modelo atual, adotar uma configuração híbrida ou outras alternativas”, disse o CEO Dolf van den Brink, de acordo com  agência de notícias. Ele destacou que qualquer mudança desse tipo exigiria estabilidade maior na política comercial, pois são projetos de alto custo.

Riscos em mercados-chave

Além dos EUA, a empresa enfrenta tarifas de até 30% sobre produtos fabricados no México caso o governo mexicano não chegue a um acordo com Donald Trump até 1º de agosto. Desde o início do ano, a cervejaria também tem sentido os efeitos da desaceleração do consumo no Brasil, no México e nos próprios EUA.

No mercado mexicano, a queda nas remessas de dinheiro de imigrantes nos EUA reduziu as vendas da indústria de bebidas. Já os consumidores hispânicos americanos vêm gastando menos, segundo a empresa.

Mesmo sob pressão, a Heineken registrou alta de 7,4% no lucro operacional orgânico no primeiro semestre, superando a expectativa do mercado de 7%. O desempenho foi impulsionado por mercados como África e Ásia e por um plano de corte de custos mais agressivo: a meta anual de economia subiu 25%, para 500 milhões de euros (US$ 586 milhões).

Apesar do bom resultado, a companhia revisou para baixo a projeção de volumes para o restante do ano. As ações da Heineken caíram 4,3% após o anúncio.

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