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Acordo entre EUA e China e dados de inflação nos EUA: o que move o mercado

Investidores também monitoram declarações de Haddad na Câmara e possíveis impactos sobre juros no Brasil

Publicado em 11 de junho de 2025 às 08h27.

Os mercados iniciam a quarta-feira, 11, em compasso de espera por dois eventos centrais: a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que pode reforçar ou moderar apostas sobre os rumos da política monetária americana, e o acordo anunciado entre EUA e China.

O entendimento entre Washington e Pequim foi confirmado na noite de terça-feira, 10, por representantes das duas delegações, após dois dias de negociações em Londres. O acerto ainda precisa passar pelo crivo do presidente Donald Trump e de Xi Jinping, mas é visto como um passo relevante na tentativa de reaproximação entre as duas potências. O tema das terras raras, insumos estratégicos para tecnologias de defesa e transição energética, era prioridade para os EUA.

Nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho divulga às 9h30 (horário de Brasília) os dados do CPI de maio. O consenso de mercado projeta alta de 0,2% na comparação mensal e de 2,4% no acumulado de 12 meses. Um número acima do esperado pode reforçar a tese de juros altos por mais tempo, enquanto uma leitura mais branda pode dar fôlego às bolsas. Também serão divulgados os estoques semanais de petróleo (11h30) e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, falará no Congresso em dois momentos ao longo do dia.

No Brasil, o foco recai sobre a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em audiência pública na Câmara às 10h. A expectativa é que ele defenda as medidas alternativas ao IOF, discutidas após críticas à versão original do decreto. Mais cedo, às 8h30, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de simpósio em Brasília, mas está impedido de comentar sobre juros devido ao período de silêncio pré-Copom, que se reúne na próxima quarta-feira, 18.

A queda do IPCA de maio para o piso das projeções reacendeu apostas de que o Comitê de Política Monetária pode manter a taxa Selic estável em 10,50%, movimento que passou a ser considerado por parte do mercado após sinalizações consideradas duras por Galípolo nas últimas semanas. A agenda local ainda traz, às 9h, a Pesquisa Industrial Mensal Regional de abril e, às 14h30, os dados de fluxo cambial.

Mercados internacionais

Na Ásia, os principais índices fecharam em alta após a notícia do acordo entre EUA e China: o CSI 300 subiu 0,75%, o Hang Seng avançou 0,79%, e o Kospi, da Coreia do Sul, saltou 1,23%.

Na Europa, as bolsas operam em leve queda por volta das 8h20 (horário de Brasília). O índice DAX, de Frankfurt, recuava 0,22%, o CAC 40, de Paris, caía 0,17%, o FTSE 100, de Londres, cedia 0,01%, e o Stoxx 600 perdia 0,20%.

Os futuros de Nova York também registram perdas leves: o S&P 500 caía 0,19%, o Nasdaq 100 recuava 0,19%, e o Dow Jones cedia 0,23%.

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