São Paulo – A suposta fraude contábil que levou a um rombo de 2,5 bilhões de reais no banco Panamericano (BPNM4), do Grupo Sílvio Santos, derrubou as ações da companhia na abertura do pregão dessa quarta-feira (10). Os papéis preferenciais do banco despencam 25,04%, negociados a 5,06 reais. Durante o call de abertura, que iniciou às 10h45, o ativo atingiu oscilação negativa de 40,91%. Diante disso, a abertura foi prorrogada para as 12h00 e, devido às regras de prorrogação, o leilão foi encerrado às 12h13.
"O aporte destina-se a restabelecer o pleno equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional da instituição, de modo a preservar o atual nível de capitalização, em virtude de terem sido constatadas inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade", informou o banco por meio de nota.
As ações do Panamericano fecharam o pregão da terça-feira em queda de 6,75% e também foram vitimados no pós-market, com recuo de 8,54%. Segundo noticiado, o Banco Panamericano SA foi vítima de uma fraude de R$ 2,5 bilhões de reais que foi descoberta há cerca de um mês pelo Banco Central. O Grupo Silvio Santos, seu acionista controlador, realizou um aporte de capital de R$ 2,5 bilhões, obtidos através de operação contratada com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) integralmente garantida por bens do patrimônio do grupo.
Os bancos médios também operam em forte queda após notícias do aporte do FGC. A maior queda é do banco Sofisa, que recuava 5,77% por volta das 11h45, negociado a 4,90 reais. Também estão em queda Paraná Banco (PRBC4), que recua 5,12% e é negociado a 13,90, o ABC Brasil (ABCB4), em queda de 3,53% e negociado a 15,85 reais, o Banco Pine (PINE4), em queda de 3,39% e negociado a 13,39 reais, o Daycoval (DAYC4), em queda de -3,31% e negociado a 11,99 reais, e o Banco Cruzeiro do Sul (CZRS4), em queda de 2,44% e negociado a 14,78 reais, Entre os pares, o único em terreno positivo é o BicBanco (BICB3) em alta de 1,33% e negociado a 14,80 reais,
Suposta fraude
Ainda na noite de ontem, o banco também anunciou a troca de toda a sua diretoria. Os integrantes da gestão antiga teriam registrado ativos e créditos fictícios para inflar os resultados. A suposta fraude não foi percebida pelos controles internos do Panamericano nem por auditores independentes.
O comunicado ao mercado ressalta que os ajustes “não resultarão em perda patrimonial”. A instituição decidiu nomear Celso Antunes da Costa como novo diretor superintendente da instituição, no lugar de Rafael Palladino.