A mudança em curso dos recursos dos mercados emergentes para os desenvolvidos subiu uma marcha na segunda semana de fevereiro, segundo a EPFR (Lailson Santos/EXAME)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2011 às 15h14.
São Paulo – Apesar de a bolsa brasileira ter avançado 3,52% nesta semana, os investidores estrangeiros continuam cautelosos em relação aos mercados emergentes. De acordo com dados da consultoria EPFR, esta foi a 12ª semana consecutiva de saída de recursos nos fundos de ações dedicados aos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China).
“Os investidores estão, pela primeira vez desde 2007, vendo mais oportunidades nas ações dos mercados desenvolvidos do que nos mercados emergentes”, observa o diretor global da EPFR, Brad Durham, em relatório. No ano, o Ibovespa – principal índice de ações da bolsa brasileira – acumula uma baixa de 1,8%.
“A performance fraca dos mercados desenvolvidos no ano passado, que tornou os preços mais atraentes, e as expectativas de um retorno para um rápido crescimento nos Estados Unidos, Europa e Japão, são os principais motivos desta mudança”, ressalta Durham. O índice Dow Jones Industrial, o principal dos EUA, subiu 7% neste ano.
A mudança em curso dos recursos dos mercados emergentes para os desenvolvidos subiu uma marcha na segunda semana de fevereiro, segundo a EPFR. Os fundos de ações dos mercados desenvolvidos tiveram a maior entrada de recursos em 30 meses. Os fundos de mercados emergentes tiveram retiradas de 5,45 bilhões de dólares.
Durante as últimas quatro semanas, os investidores retiraram cerca de um quinto da marca recorde de 95 bilhões de dólares que haviam sido alocados para os fundos de mercados emergentes em 2010. Até agora, em 2011, os investidores aplicaram 47 bilhões de dólares para os EUA, Europa, Japão e fundos globais.
O aumento da inflação, e as conseqüências políticas, continuaram a jogar uma sombra sobre as ações dos mercados emergentes durante fevereiro. Além disso, a notícia de que a inflação na China chegou a 4,9% em janeiro aumentou o temor de cortes de gastos administrativos e de um maior aperto monetário
Com isso, os recursos para Ásia, menos Japão, tiveram a maior saída semanal desde o primeiro trimestre de 2008. Para China, a saída em 2011 já passou a marca de 1 bilhão de dólares.