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Ações do GPA despencam e analistas recomendam compra

Banco UBS vê potencial para os papéis de valorizarem até 50%

Assaí: braço de atacarejo do GPA é visto por analistas como um dos principais vetores do grupo (Paulo Whitaker/Reuters)

Assaí: braço de atacarejo do GPA é visto por analistas como um dos principais vetores do grupo (Paulo Whitaker/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 13h58.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2020 às 14h12.

As ações do grupo de varejistas GPA lideravam as baixas do Ibovespa no pregão desta quinta-feira, após a empresa apresentar do lucro líquido consolidado de 98 milhões de reais no quarto trimestre - 71,4% inferior ao do mesmo período de 2018. O resultado ficou abaixo das expectativas de analistas consultados pela Refinitiv, que esperavam por um lucro líquido de 327,6 reais.

O balanço negativo do último trimestre de 2019 surtiu efeitos nas ações da companhia, que chegaram a cair 7,99% na mínima desta manhã. Às 13h44, os papéis caíam 7,54% e eram negociados por 81,02 reais.

O resultado negativo foi puxado pelo Multivarejo. O segmento, que inclui lojas das marcas Extra e Pão de Açúcar e representam 49% das vendas do grupo, fechou o trimestre com ebitda de 200 milhões de reais - queda de 49,5% na comparação anual. O resultado ficou 38% abaixo das expectativas da XP Investimentos. 

“Na nossa opinião, o destaque negativo foi o Extra Hiper, que, apesar da atividade  promocional, não conseguiu alavancar as vendas”, escreveu em relatório o analista de varejo da XP, Pedro Fagundes. Embora ainda mantenha a recomendação de compra dos papéis, Fagundes acredita o plano de recuperação do segmento seja uma das peças chaves para a tese de investimento.

Na visão do analista, porém, os resultados da rede Assaí “surpreenderam positivamente”. No trimestre, o ebitda do braço de atacarejo do GPA ficou em 563 milhões de reais, superando em 39,8% o registrado no quarto trimestre de 2018. Parte do resultado foi impulsionado pelo crescimento do número de lojas. Em 2019, foram criados 22 novos estabelecimentos do Assaí, sendo 13 somente no último trimestre do ano. Para 2020, são projetadas 20 novas lojas. 

A performance do Assaí mereceu destaque das equipes de research dos bancos de investimentos BTG Pactual e UBS, que também recomendaram a compra das ações do GPA.

O time de analistas do UBS espera que o Assaí ganhe ainda mais espaço em vendas com o lançamento da marca de cartão de crédito e maquininhas Passaí. “Eficiência operacional deve liderar os próximos ganhos de margem”, escreveram em relatório. A UBS projeta que o preço-alvo das ações do GPA seja de 120 reais em 12 meses - potencial de valorização de 48%, considerando a cotação atual. 

Já os analistas do BTG foram menos otimistas e colocaram o preço-alvo em 106 reais. Para eles, a empresa deve se beneficiar, em 2020, da conversão de hipermercados no formato cash & carry (tipo de operação do setor atacadista) e do fechamento de lojas que não dão lucro. “Apesar do valuation atrativo, o resultado mais fraco do que o esperado pode destravar reações negativas nas ações [do GPA]”, afirmaram em relatório.

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