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Ações do First Republic desabam 72% em dois dias e crise bancária volta ao radar nos EUA

Banco americano divulgou forte queda de depósitos e coloca dúvidas sobre nova alta do Fed

O que distingue os grandes investidores globais, especialmente os americanos, dos brasileiros é o planejamento de longo prazo e a alocação muito diversificada em diversas classes de ativos e geograficamente bem distribuída. (Stock/Getty Images)

O que distingue os grandes investidores globais, especialmente os americanos, dos brasileiros é o planejamento de longo prazo e a alocação muito diversificada em diversas classes de ativos e geograficamente bem distribuída. (Stock/Getty Images)

Publicado em 26 de abril de 2023 às 14h45.

Última atualização em 26 de abril de 2023 às 17h32.

As ações do First Republic Bank fecharam em queda de 23% nesta quarta-feira, 26, depois de amargar baixa de quase 50% ontem. Os papéis do banco regional americano vêm sofrendo queda após a divulgação do balanço do primeiro trimestre na noite de segunda-feira.

O resultado mostrou queda de 40% nos depósitos no período, o que reavivou os temores de uma crise bancária entre os bancos médios americanos. O First Republic passou por uma forte turbulência depois que o Silicon Valley Bank (SVB) quebrou em março — os dois bancos tinham perfis semelhantes de atuação.

O declínio acentuado nos depósitos surpreendeu, porque veio mesmo depois do First Republic receber pesada ajuda financeira. Logo após a quebra do SVB, um grupo de 11 grandes bancos injetou US$ 30 bilhões em depósitos no banco em uma tentativa de inspirar confiança e impedir o espalhamento do pânico entre os investidores de bancos médios. 

Segundo a CNBC, agora os assessores do banco estão tentando convencer alguns desses bancos a fornecer mais apoio comprando alguns ativos do First Republic.

Os efeitos da crise no First Republic nos juros dos EUA

As dificuldades do First Republic Bank levantam a possibilidade de que o Fed possa interromper a alta de juros na próxima semana — embora o mercado ainda aposte em um aumento.

“Não podemos descartar a possibilidade de que os desenvolvimentos em torno do First Republic se desenrolem de uma maneira que levaria o FOMC a pular maio e sinalizar uma alta em junho”, disseram Krishna Guha e Peter Williams, da Evercore, em nota aos clientes.

Os formuladores de política monetária do Fed, que estão em um período de silêncio antes da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) de 2 e 3 de maio, sinalizaram que devem elevar juros em 0,25 ponto percentual e fazer uma possível pausa em junho. O mercado agora precifica a probabilidade de que esta alta ocorra em cerca de 0,75%, ante uma chance de 90% implícita nos preços de derivativos de juros no início desta semana.

“Essa nova turbulência levanta alguns pontos de interrogação quanto à ideia de que a fase aguda do estresse bancário acabou definitivamente, ao mesmo tempo que destaca a incerteza e, possivelmente, a magnitude do aperto de crédito que está por vir”, disseram Guha e Williams.

As autoridades do Fed que falaram na semana passada ressaltaram como um sinal positivo a ausência de mais turbulência no setor bancário após o colapso do Silicon Valley Bank no mês passado.

Mas vários também alertaram que um aperto da concessão de crédito, intensificado pela turbulência, pode pesar no consumo e no crescimento. Isso potencialmente diminuiria a necessidade de aumentos adicionais de juros, porque teria, na prática, o mesmo efeito.

Essa visão pode precisar ser revista após o colapso das ações do First Republic.

*Com Bloomberg

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