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Ações do Facebook sobem após Zuckerberg acalmar investidores

Zuckerberg disse que companhia não observou nenhum impacto significativo no uso ou na venda de anúncios após o escândalo sobre privacidade de dados

Facebook: empresa expandiu sua participação nos downloads de aplicativos sociais em março para 33,2 por cento, ante 30,1 por cento (Dado Ruvic/Reuters)

Facebook: empresa expandiu sua participação nos downloads de aplicativos sociais em março para 33,2 por cento, ante 30,1 por cento (Dado Ruvic/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de abril de 2018 às 16h16.

As ações do Facebook chegaram a subir 4,2 por cento nesta quinta-feira, depois que o presidente-executivo da rede social, Mark Zuckerberg, disse que a companhia não observou nenhum impacto significativo no uso ou na venda de anúncios após o escândalo sobre privacidade de dados dos usuários.

Desde 16 de março, quando o New York Times e o jornal londrino Observer divulgaram notícias sobre o uso de dados do Facebook pela consultoria política Cambridge Analytica, as ações da rede social acumularam queda de 16 por cento, eliminando mais de 80 bilhões de dólares em valor de mercado da empresa.

Dados de analistas da Evercore ISI confirmaram a afirmação de Zuckerberg, com o Facebook respondendo pelos quatro aplicativos mais baixados globalmente em março entre os mais de 40 aplicativos rastreados nas lojas de aplicativos Android e iOS.

Além disso, os downloads de aplicativos sociais do Facebook cresceram na comparação mensal, tanto nos EUA quanto globalmente, de acordo com os dados. O Facebook expandiu sua participação nos downloads de aplicativos sociais em março para 33,2 por cento, ante 30,1 por cento.

Diversos analistas de Wall Street disseram que o declínio nas ações apresentou uma boa oportunidade de compra das ações do Facebook, embora tenham alertado que muito ainda dependerá do depoimento de Zuckerberg ao Congresso dos Estados Unidos na semana que vem.

"Nós suspeitamos que olhando para trás daqui a um ano, se não antes, esse episódio terá sido uma oportunidade de compra excepcionalmente atraente", disseram analistas do Deutsche Bank.

O escândalo dos dados levou à criação da hashtag "DeleteFacebook" no Twitter e várias celebridades, incluindo a cantora Cher, o ator Will Ferrell e o presidente da montadora de veículos Tesla, Elon Musk, apagaram suas contas na rede social.

Zuckerberg disse na quarta-feira que aceita responsabilidade pelo vazamento de dados e deveria ter feito mais para auditar e supervisionar desenvolvedores de aplicativos de terceiros como o que a Cambridge Analytica contratou em 2014. Ele vai testemunhar sobre o assunto na terça e quarta-feiras da semana que vem, durante as audiências no Congresso dos EUA.

"Embora esteja claro que a confiança dos investidores foi materialmente impactada pelas revelações da Cambridge Analytica, acreditamos que o Facebook está agindo de forma proativa e agressiva para aumentar seus controles de privacidade e aumentar o nível de transparência sobre suas práticas", disse Ken Sena, analista da Wells Fargo.

Às 15h28 (horário de Brasília), as ações do Facebook tinham valorização de 2 por cento, a 158,25 dólares.

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