Recomendação foi mantida em comprar. Apesar disso, preço-alvo foi reduzido de R$ 19 para R$ 13,80 até o final de 2012 (Wania Corredo/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2011 às 16h48.
São Paulo – O desempenho das ações preferenciais do BicBanco (BICB4), inferior em 17% ao do Ibovespa no acumulado do ano, está criando um ponto de entrada atrativo, acreditam os analistas Henrique Navarro e Boris Molina do Santander. Diante disso, eles introduziram um novo preço-alvo para os papéis da instituição financeira após atualizarem suas projeções.
Ambos os analistas acreditam que a performance dos papéis abaixo do mercado está associada à antecipação por parte dos investidores de um impacto negativo gerado pelas medidas macroprudenciais da indústria na instituição financeira.
Em relatório, eles estabeleceram o preço-alvo de 13,80 reais para cada ação do banco até dezembro de 2012. O valor é inferior frente aos 19 reais anteriormente estimados para o fim de 2011. Apesar disso, a recomendação foi reiterada em comprar.
“Como já reduzimos nossas estimativas de lucro diante de um menor crescimento na concessão de empréstimos, maior gasto com financiamentos e o agravamento dos empréstimos em atraso, não enxergamos qualquer medida governamental que possa alterar nossa recomendação para o BicBanco. Em resumo, acreditamos que a instituição financeira é negociada a um preço sobre valor patrimonial ajustado (P/BV) que a torna uma barganha”, afirmaram.
De acordo com os cálculos do Santander, o BicBanco também é negociado com desconto de 43% no P/BV em comparação aos grandes bancos. “Este é um desconto que, em nossa opinião, tem amplo espaço para se estreitar”, preveem.
Aumento de capital
Segundo os analistas, o BicBanco continuará crescendo com alta taxa de alavancagem nos próximos anos. Isso deve ocorrer até que a instituição financeira adote a posição de crescer menos e elevar o capital para se adequar ao Índice de Basiléia III.
Para Navarro e Molina, o desempenho abaixo da média de mercado nas ações do BicBanco ocorre em parte pelo o risco de um excesso de papéis, causado pela possibilidade da instituição financeira realizar uma oferta subsequente de ações (follow-on).
Contudo, caso o BicBanco decida ampliar seu capital, “as ações reagirão positivamente e afastaram as incertezas sobre um excesso de papéis da instituição financeira no mercado”.