Ações: empresas de serviços públicos estão entre as que mais valorizam no S&P 500 (Leandro Fonseca/Exame)
Redatora
Publicado em 16 de outubro de 2025 às 05h45.
Última atualização em 16 de outubro de 2025 às 06h10.
As ações de empresas de serviços públicos estão entre as que mais valorizam no S&P 500 neste ano, superando setores de tecnologia e comunicação, mesmo com o foco do mercado em inteligência artificial. O desempenho é impulsionado principalmente pelo aumento da demanda por eletricidade, ligado à expansão de data centers de IA.
De acordo com dados do Dow Jones Market Data, o índice do setor de serviços públicos acumulou 23,7% de retorno total no ano, incluindo dividendos, frente a 22,9% do setor de comunicação e 21,3% de tecnologia da informação.
O setor, tradicionalmente estável e conhecido por retornos consistentes, começou a registrar crescimento expressivo em 2024. A construção de novos data centers por empresas como Microsoft e Meta aumentou a demanda por eletricidade em estados como Virgínia e Oregon.
Ao MarketWatch, George Cipolloni, gestor de portfólio, afirmou que o crescimento dos investimentos em inteligência artificial tende a favorecer o setor de geração de energia e as concessionárias de serviços públicos, tendência já refletida nos retornos e na valorização dos múltiplos do setor.
Empresas como Constellation Energy, Vistra Corp., NRG Energy e Talen Energy tiveram valorização importante em 2025. As companhias têm comprado fonte de commodities como gás natural ou urânio, geram eletricidade e vendem aos consumidores, aproveitando preços mais altos de energia.
O índice de preços da eletricidade nos EUA subiu 6,2% nos 12 meses até agosto, superando o aumento de 2,9% do índice de preços ao consumidor.
Além desse crescimento, as concessionárias oferecem fluxos de receita regulados, protegendo investidores de possíveis choques econômicos. A volatilidade anual do setor nos últimos três anos foi de 18%, abaixo da média do mercado.
Apesar do desempenho expressivo, o setor ainda representa apenas 2,5% do S&P 500, frente a 34,7% de tecnologia e 13,5% de finanças.