As ações de tecnologia estiveram entre as mais afetadas pelas perspectivas de endurecimento da política monetária americana nos últimos meses. O momento, embora negativo para o setor, pode ser uma oportunidade para investidores que visam o longo prazo. É o que diz a regra número 1 de qualquer manual de bolso do mercado: comprar na baixa, vender na alta.
Mas adivinhar o fundo do poço e saber a hora da venda pode ser não ser tão fácil. Para ajudar nessa tarefa, a EXAME Invest selecionou cinco ações de tecnologia recomendadas por analistas do BTG Pactual com preços inferiores a R$ 5 e potencial de valorização superior a 100%. Confira:
1 - Méliuz (CASH3)
Preço na sexta (dia 13 de maio): R$ 1,92 | Preço-alvo: R$ 4,20 | Upside: 119%
Uma das grandes sensações da janela de IPOs de 2020, a Méliuz chegou a acumular mais de 600% de alta na bolsa. Mas o desempenho recente tem sido pouco animador. No ano, as ações já caíram 37%, sendo negociadas abaixo de 2 reais. Para analistas do BTG, os papéis da fintech ainda podem voltar a dar alegrias aos investidores, com estimativa de alta próxima de 120%. A recomendação de compra tem entre os motivos projetos em desenvolvimento pela companhia, como a expansão das adquiridas Picodi e Acesso Bank.
2 - Enjoei (ENJU3)
Preço na sexta (dia 13 de maio): R$ 2,13 | Preço-alvo: R$ 7 | Upside: 229%
O maior brechó online do Brasil está em liquidação na bolsa. Com os papéis cotados próximos de R$ 2, a Enjoei acumula perdas de mais de 75% desde o IPO. A queda, segundo o BTG, abriu um grande espaço de alta para as ações, com a possibilidade de o investimento triplicar. O salto de 26% da receita líquida para R$ 30,5 milhões no primeiro trimestre foi um dos pontos elogiados no último relatório do banco sobre Enjoei. O volume geral de vendas (GMV) da companhia cresceu ainda mais, em 58% para R$ 271 milhões.
"Vemos melhorias nas métricas operacionais como sinais positivos de que os investimentos em marketing, tecnologia e logística aumentarão o número de novos compradores e vendedores", disseram os analistas. Eles pontuam, porém, que as perspectivas para o curto prazo continuam desafiadores. Entre os fatores negativos, eles ressaltam o "cenário competitivo mais agressivo no e-commerce brasileiro, maiores custos de aquisição de clientes e piores condições macroeconômicas, que devem continuar pesando sobre a ação no curto prazo".
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3 - Brisanet (BRIT3)
Preço na sexta (dia 13 de maio): R$ 2,94 | Preço-alvo: R$ 8 | Upside: 172%
Uma das principais companhias de fibra ótica do Nordeste, a Brisanet tem ganhado reconhecimento de seus usuários. A empresa é líder de satisfação nos estados em que atua, segundo a Anatel. Mas na bolsa, a empresa tem gerado dor de cabeça aos acionistas.
Os papéis da companhia já caíram 78% desde o IPO -- o que para o BTG pode ser uma oportunidade. Na parte operacional, a Brisanet tem apresentado melhoria. No primeiro trimestre, a companhia reverteu o prejuízo e deu lucro de R$ 9,5 milhões, com crescimento de 32% na receita operacional para R$ 217 milhões. O período também marcou a entrada da empresa na Bahia, o estado mais importante economicamente da região.
4 - Dotz (DOTZ3)
Preço na sexta (dia 13 de maio): R$ 2,98 | Preço-alvo: R$ 10 | Upside: 236%
A Dotz, que surgiu como uma empresa de cashback, tem expandido sua área de atuação na busca de se tornar um SuperApp de serviços agregados. Em relatório, o BTG disse que os números recentes da Dotz vêm mostrando-a mais próxima de atingir a meta de impulsionar o cross-selling estabelecida durante o IPO. Segundo o banco, as ações da empresa estão excessivamente depreciadas, com preço-alvo 236% acima do atual.
5 - TC (TRAD3)
Preço na sexta (dia 13 de maio): R$ 4,58 | Preço-alvo: R$ 14 | Upside: 206%
Criado como um hub para a troca de experiências entre traders, o TC vem buscando se tornar uma plataforma completa para os investidores brasileiros. Ventos contrários ao setor de tecnologia e ao mercado de renda variável, contudo, cobraram um preço caro das ações, que já caíram pela metade desde o IPO.
"O mercado endereçável e a base de usuários do TC podem sofrer com os mercados mais voláteis. Mas a exposição a um mercado pouco penetrado, o efeito de rede, seu conteúdo e oportunidades de M&A são ferramentas valiosas na busca do engajamento do consumidor e para o sucesso da plataforma nos próximos anos." Entre as aquisições recentes do TC estão a Economática, RIWeb e Sfoggia. A empresa também comprou participação em companhias como Arko Advice e InvestAI.