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Ações de montadoras americanas, europeias e japonesas desabam com tarifas de Trump

Papéis da GM operam em queda de 7% e da Ford, de 4% antes da abertura das Bolsas nos EUA. No Japão, perda acumulada somou US$ 16,5 bilhões. Empresas sul-coreanas também sofreram

Ações das montadoras americanas GM e da Ford têm forte queda após tarifas de Trump (Twitter/Divulgação)

Ações das montadoras americanas GM e da Ford têm forte queda após tarifas de Trump (Twitter/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 27 de março de 2025 às 09h34.

Última atualização em 27 de março de 2025 às 09h37.

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O anúncio do presidente americano Donald Trump de que vai elevar em 25% as tarifas sobre as importações de carros no país fizeram as ações de montadoras do mundo inteiro - inclusive dos EUA - desabarem. As tarifas, segundo a Casa Branca, entram em vigor na próxima quarta-feira, dia 2 de abril.

Quase metade dos 16 milhões de carros vendidos nos EUA no ano passado foi importada, com um valor total superior a US$ 330 bilhões, segundo analistas do Goldman Sachs.

As ações da gigante automobilística dos EUA General Motors caiu 7% nas negociações pré-mercado, enquanto a Ford Motor registrou uma queda de aproximadamente 4% também nas operações de antes da abertura das Bolsas americanas.

As tarifas de Trump deixam as montadoras americanas vulneráveis, após anos de construção de uma ampla cadeia de suprimentos transnacional e da expansão de instalações de montagem no México e no Canadá, essenciais para sustentar suas vendas nos EUA.

Na Europa, as ações da alemã Volkswagen, maior montadora do continente, operam em queda de 2% na manhã desta quinta-feira, enquanto as das marcas de luxo BMW e Mercedes-Benz recuam cerca de 3% cada.

No Japão, onde o mercado acionário já está fechado, a queda das ações levaram a uma perda somada de US$ 16,5 bilhões em valor de mercado no setor automobilístico, segundo dados da LSEG. As ações da Toyota caíram 2,7%, as da Honda recuaram 3% e as da Nissan tiveram uma queda de 2,2%.

Na Coreia do Sul, a Hyundai Motor e a Kia também registraram quedas de cerca de 4% cada.

A cadeia automotiva global é intrinsicamente conectada, com produções de partes de peças das grandes montadoras se estendendo por vários países e mercados regionais consolidados.

A alemã Volkswagen, por exemplo, tem 43% de sua vendas nos EUA oriundas de carros produzidos no México, segundo estimativas da S&P Global Mobility.

A Stellantis, gigante dona da Fiat e da Chrysler (marca originalmente americana), também está na mesma situação, assim como a Ford, sendo ambas algumas das maiores montadoras de veículos dos EUA com produção no México.

As montadoras da América do Norte desfrutam, em grande parte, de um status de livre comércio desde 1994. O Acordo EUA-México-Canadá (USMCA), assinado por Trump em 2020, impôs novas regras para incentivar a produção de conteúdo regional. Agora, a tarifa anunciada pelo presidente americano na prática deve encerrar este pacto.

Os importadores de automóveis sob o USMCA precisarão certificar que o conteúdo foi produzido nos EUA, de modo que apenas a parte não fabricada em território americano seja tributada, informou a Casa Branca.

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