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Repórter
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 14h53.
Última atualização em 13 de outubro de 2025 às 16h19.
A disparada do preço do ouro em 2025 impulsionou um rali histórico nas ações de mineradoras, que já acumulam ganhos muito superiores aos de ativos como bitcoin e das maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos.
Enquanto o bitcoin registra valorização de 22,56% no ano, empresas de mineração de ouro e metais estratégicos chegam a subir mais de 400%. O próprio índice S&P Global Gold Mining disparou 126% neste ano, registrando o melhor desempenho entre todos os índices setoriais do S&P.
O desempenho das mineradoras deixa para trás também os ganhos das gigantes de tecnologia: Nvidia acumula alta de 36,4%, Alphabet Inc. (controladora do Google) 25,38% e Microsoft 21,89%, segundo dados compilados pela consultoria Elos Ayta.
De acordo com levantamento da consultoria Elos Ayta, 27 mineradoras com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão apresentaram alta superior a 100% até 10 de outubro.
Os destaques são as americanas Centrus Energy Corp, com avanço de 446%, MP Materials Corp (402%) e Ramaco Resources Inc (370%).
Entre os grandes nomes globais, Agnico Eagle Mines Ltd acumula alta de 112% no ano, Barrick Mining Corp sobe 115% e Newmont Corp avança 132%.
A brasileira Vale, a título de comparação, teve alta de 9,84% do começo do ano até agora.
O ouro ultrapassou a histórica marca de US$ 4.000 por onça na semana passada, impulsionado pela escalada de tensões geopolíticas, pela paralisação do governo americano e pela forte demanda de bancos centrais pela commodity.
O entusiasmo é tamanho que nesta segunda-feira, 13, o Bank of America (BofA) elevou sua projeção para a commodity a US$ 5.000 por onça em 2026, com média estimada de US$ 4.400 no ano.
Como os custos operacionais dessas empresas tendem a ser fixos, o aumento do preço do metal se traduz diretamente em maiores margens de lucro. “Foi um ano muito bom para as ações de ouro. As mineradoras têm mais caixa do que sabem o que fazer”, afirmou Imaru Casanova, gestora da VanEck, ao Financial Times.