Coronavírus: especialistas afirmam que os ensaios clínicos para garantir uma vacina segura e eficaz contra o vírus podem se estender por um período mínimo de 12 a 18 meses (SERGII IAREMENKO/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images for National Geographic Magazine)
Agência O Globo
Publicado em 26 de junho de 2020 às 17h37.
Última atualização em 26 de junho de 2020 às 18h12.
O nome, um tanto obscuro, é Vaxart. Trata-se de uma pequena empresa americana do ramo de biotecnologia cujas ações dispararam impressionantes 304% nos últimos dois dias e quase 450% nesta semana.
O motivo? Ela anunciou nesta sexta-feira que testaria sua vacina oral contra o coronavírus em macacos infectados com a doença, dentro de um estudo financiado pelo programa de aceleração de vacinas do governo Trump chamado Operation Warp Speed. ("Operação Velocidade Warp").
Só hoje, as ações do desenvolvedor de vacinas dos Estados Unidos subiram mais 66%, para 10,38 dólares, por volta do meio-dia, à medida que os investidores aumentam suas apostas nas empresas farmacêuticas que desenvolvem vacinas ou tratamentos para interromper a pandemia.
Seu valor de mercado aumentou de 200 milhões para 850 milhões de dólares, segundo dados da consultoria de investimentos YCharts.
Mais de 100 vacinas estão sendo testadas em todo o mundo contra o vírus, com apenas um punhado na fase de testes em humanos, como nos casos da AstraZeneca e Moderna Inc.
Especialistas afirmam que os ensaios clínicos para garantir uma vacina segura e eficaz contra o vírus podem se estender por um período mínimo de 12 a 18 meses.
A Vaxart disse que sua vacina, um comprimido oral, é mais fácil de armazenar e administrar do que as injetáveis. Também está testando outras vacinas orais e já recebeu financiamento dos Estados Unidos em 2015 para desenvolver uma vacina contra a gripe.
A empresa assinou em março um acordo com a Emergent BioSolutions para ajudar na fabricação da vacina.
A Vaxart confirmou que o estudo seria feito no âmbijto da Operation Warp Speed, um programa conjunto do Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano (HHS, na sigla em inglês) e do Departamento de Defesa que visa acelerar o desenvolvimento de vacinas, tratamentos e diagnósticos contra o coronavírus.
O HHS se recusou a comentar.
O governo Trump havia anunciado anteriormente que destinaria 2 bilhões de dólares em estudos sobre vacinas da Moderna, da AstraZeneca e da Johnson & Johnson