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Ações de bancos caem após elevação dos compulsórios

Medidas retiram 61 bilhões de reais da economia e visam o combate à inflação

Agência do Santander na Avenida Paulista, em São Paulo (Antonio Milena/EXAME)

Agência do Santander na Avenida Paulista, em São Paulo (Antonio Milena/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 11h26.

São Paulo – A decisão do Banco Central anunciada hoje para combater a aceleração da inflação atingiu em cheio as ações dos bancos brasileiros listados na BM&FBovespa. Há instantes, os papéis das principais instituições financeiras operavam em queda: Banco do Brasil (BBAS3) – 2,24%, Itaú Unibanco (ITUB4) -1,72%, Bradesco (BBDC4) – 1,56% e Santander Brasil (SANB11) -2,53%.

O BC decidiu elevar o compulsório sobre os depósitos à vista e a prazo, reduzindo a disponibilidade de recursos na economia em 61 bilhões de reais. Segundo a nota publicada pela autoridade monetária, as iniciativas visam “permitir a continuidade do desenvolvimento sustentável do mercado de crédito”, além de “dar prosseguimento ao processo de retirada gradual dos incentivos introduzidos para minimizar os efeitos da crise financeira internacional de 2008”.
 
Apesar disso, a retirada ficou 10 bilhões de reais acima dos incentivos aplicados para combater a crise. A parcela dos depósitos a prazo que deve ser recolhida pelos bancos ao BC aumentará de 15 por cento para 20 por cento. O governo também aumentou o adicional de compulsório para depósitos à vista e a prazo --de 8 para 12 por cento-- e reduziu os limites de dedução desse recolhimento para bancos menores.
 
O governo também elevou de 11 por cento para 16,5 por cento a parcela de capital que os bancos devem reservar para fazer frente à maioria dos financiamentos concedidos às pessoas físicas com prazos mais longos. “No primeiro momento, o impacto do aumento do compulsório deve reduzir hoje as taxas de juros dos DIs mais curtos, sinaliza manutenção da taxa básica em 10,75% na próxima semana, além de reduzir o ritmo de apostas de elevação mais acelerada, como por exemplo de 1 p.p. na primeira reunião do Copom de 2011”, afirma Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora.
 
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de abril de 2011 despencava 20 pontos-base às 9h07, para 11,16 por cento, enquanto o vencimento de janeiro de 2011 caía 13 pontos, para 10,71 por cento.
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