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Sabesp desaba na bolsa após Doria anunciar plano de capitalização

Mercado vê cada vez mais distante privatização sinalizada, anteriormente, pelo governador - papéis da companhia chegam a entrar em leilão

Sabesp: ações da companhia entram em leilão, após anúncio de Doria (Sabesp/Divulgação)

Sabesp: ações da companhia entram em leilão, após anúncio de Doria (Sabesp/Divulgação)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 19 de agosto de 2020 às 11h40.

Última atualização em 19 de agosto de 2020 às 11h55.

As ações da Sabesp chegaram a desabar 10,71% nesta quarta-feira, 19, após o governador do estado de São Paulo, João Doria, anunciar um plano de capitalização da companhia. A intenção, segundo ele, é levantar recursos para expandir a atuação da empresa para outros estados. As ações da companhia entraram em leilão ao menos duas vezes nesta manhã. Às 11h45, o ativo caía 7,51% e era negociado por 51,38 reais.

Por diversas vezes, Doria sinalizou que a empresa seria privatizada assim que o novo Marco do Saneamento Básico entrasse em rigor e que, somente se não fosse aprovado, seria feita a capitalização da companhia.

“A nossa posição é privatizante, desestatizante, pró-privado e menos governo. A Sabesp, mesmo sendo uma empresa bem administrada, que produz resultados, poderá, sim, ser privatizada se o marco regulatório permitir”, chegou a afirmar o governador no início do ano.

“Essa capitalização veio de uma maneira inesperada. Com a aprovação do marco do saneamento, o mercado esperava que viesse uma privatização muito em breve, até 2021. Mas pelo jeito o governo vai capitalizar, crescer a empresa para só lá na frente, talvez, ter uma privatização”, comenta Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

De acordo com Bruno Madruga, sócio da Monte Bravo Investimentos, o mercado recebeu a informação de maneira bem negativa, mesmo que os planos do governo sejam de expandir as áreas de atuação da companhia. “Se a ideia é capitalizar a empresa, a privatização fica cada vez mais longe de acontecer. E o mercado vê estatal com maus olhos por causa do risco de interferência política e ineficiência”, afirma.

"Existia uma grande expectativa sobre a privatização da Sabesp. Mas com a nova capitalização anunciado pelo Doria, a privatização fica mais longe de acontecer”, comentou Bruno Madruga, sócio da Monte Bravo.

Para Sabrina Cassiano, analista da Necton, em teoria, a expansão das atividades poderia ser favorável para a empresa. “Mas o quanto positivo depende de uma série de outras questões, como a proximidade com o Estado de SP, o que implica na análise de possíveis sinergias e o próprio retorno esperado em cada um dos novos contratos” avalia.

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