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Ações da Petrobras desabam após mudança em dividendos

Companhia informou que pagará dividendo de 0,47 real por ação ordinária e 0,96 real por ação preferencial.


	Empresa decidiu diferenciar o valor pago aos papéis ordinários e preferenciais
 (Ricardo Moraes/Reuters)

Empresa decidiu diferenciar o valor pago aos papéis ordinários e preferenciais (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 12h38.

São Paulo - A decisão da Petrobras de fazer uma distribuição diferenciada de dividendos para suas classes de ações, somada aos fracos resultados operacionais da estatal no quarto trimestre, pesava nos papéis da petrolífera nesta terça-feira.

A ação ordinária era a que mais sofria, registrando queda de 6,30 por cento, a 16,96 reais, enquanto a preferencial perdia 2,44 por cento, a 17,56 reais. No mesmo momento, o Ibovespa --referencial da bolsa paulista-- tinha variação positiva de 0,02 por cento.

Segundo analistas, a queda de Petrobras na bolsa era explicado pela mudança na distribuição de dividendos da estatal. Na noite de segunda-feira, por ocasião da divulgação de seu balanço trimestral, a companhia informou que pagará dividendo de 0,47 real por ação ordinária e 0,96 real por ação preferencial.

Nos últimos anos, a estatal vinha distribuindo o mesmo valor em remuneração aos acionistas de ambas as classes de papéis.

"Isso mostra que de fato falta capacidade para a companhia conseguir entregar resultado e distribuir dividendo", avaliou a equipe de análise da XP Investimentos.

Em relatório, analistas do Bank of America Merrill Lynch classificaram como "precedente negativo" a decisão da companhia de pagar dividendo diferenciado para as ações ordinárias e preferenciais com objetivo de preservar caixa.


O mercado também reagia mal aos resultados da Petrobras no quarto trimestre de 2012.

O lucro da estatal subiu 53,4 por cento de outubro a dezembro ante o mesmo trimestre de 2011, devido a ganhos financeiros. A área de Abastecimento, responsável pela venda de combustíveis, continuou operando no vermelho, com perdas bilionárias.

"A última linha foi positiva, mas o resultado operacional foi fraco, muito pressionado por aumento de despesas", disse o analista Luiz Otávio Broad, da Ágora Corretora no Rio de Janeiro.

A venda de combustíveis com prejuízo foi um dos fatores que pesaram no lucro anual, que recuou 36 por cento na comparação com 2011, para 21,18 bilhões de reais, configurando o menor lucro anual da empresa desde 2004.

Para o analista da Ágora Corretora, medidas como o recém-anunciado aumento dos preços de gasolina e diesel podem trazer algum alívio para o resultado da empresa em 2013, mas o cenário é preocupante.

"Tendo em vista os fortes investimentos planejados, esse será mais um ano de forte alavancagem para a empresa e isso continua a preocupar", avaliou Broad.

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