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Ações da Novo Nordisk sobem 5% com menos concorrência para Wegovy nos EUA

Farmacêutica cortou projeções para 2025, mas espera recuperação das vendas do Wegovy no mercado americano

 (Steve Christo - Corbis/Getty Images)

(Steve Christo - Corbis/Getty Images)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 7 de maio de 2025 às 11h12.

Última atualização em 7 de maio de 2025 às 11h47.

As ações da Novo Nordisk subiam 5% às 8h40, horário de Brasília, nesta quarta-feira, 7, após a farmacêutica dinamarquesa prever uma recuperação nas vendas do Wegovy, seu principal medicamento para perda de peso, na segunda metade de 2025.

A expectativa é que a retirada dos medicamentos manipulados do mercado americano permita à empresa retomar parte da fatia perdida nos últimos meses.

Na véspera, a companhia reportou lucro líquido de 29,03 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 4,4 bilhões) no primeiro trimestre, superando a previsão de 27,8 bilhões de analistas consultados pela LSEG. Já as receitas somaram 78,09 bilhões de coroas, em linha com as expectativas. O crescimento anual foi de 18%.

As vendas do Wegovy subiram 83% na comparação anual, para 17,36 bilhões de coroas, mas caíram 13% em relação ao quarto trimestre de 2024.

Os números refletem o impacto das versões manipuladas do medicamento, que ganharam força nos Estados Unidos durante o período de escassez reconhecido pela FDA, a agência reguladora americana.

A FDA declarou encerrada a escassez de semaglutida em fevereiro e deu prazo até 22 de maio para que as farmácias deixem de vender versões manipuladas do princípio ativo presente no Wegovy e no Ozempic. A Novo Nordisk estima que esses medicamentos capturaram cerca de um terço do mercado americano para obesidade.

O CEO da empresa, Lars Fruergaard Jørgensen, afirmou que a decisão da FDA deve pavimentar o caminho para uma retomada nas receitas do produto nos próximos meses. A farmacêutica também tem reforçado sua atuação direta com consumidores, incluindo o lançamento de uma farmácia online e parcerias com plataformas de telemedicina.

Outro fator positivo veio da CVS Health, maior administradora de benefícios farmacêuticos dos EUA, que decidiu excluir concorrentes do Wegovy de sua lista preferencial, o que garante praticamente exclusividade ao medicamento da Novo Nordisk em parte dos planos de saúde corporativos administrados pela empresa.

Corte nas projeções

Apesar do otimismo com a segunda metade do ano, a Novo Nordisk cortou suas projeções para 2025. A empresa agora espera crescimento de vendas entre 13% e 21%, abaixo da faixa anterior de 16% a 24%. A expectativa para o lucro operacional também foi ajustada para 16% a 24%, ante 19% a 27% estimados anteriormente.

O corte nas projeções foi atribuído à expansão acelerada dos medicamentos manipulados nos EUA e à concorrência crescente no mercado de tratamentos para obesidade, liderada pela americana Eli Lilly. Rival direta da Novo Nordisk, a Lilly tem ganhado terreno com o Zepbound e reportou crescimento de 45% nas vendas do primeiro trimestre.

Nos últimos 12 meses, os papéis da dinamarquesa acumulam queda de cerca de 50%. Agora, os investidores acompanham de perto os próximos passos da farmacêutica, que deve pedir aprovação regulatória para o CagriSema, seu novo candidato a tratamento para obesidade, no primeiro trimestre de 2026. A companhia também desenvolve uma versão oral da semaglutida, que poderá ser o primeiro GLP-1 para obesidade em comprimido.

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