Mercados

Ações da Marfrig podem ter atingido o fundo do poço, diz analista

Raymond James eleva a recomendação aos papéis do frigorífico e espera uma recuperação

A Raymond James ressalta que o endividamento segue como a principal preocupação (Divulgação)

A Raymond James ressalta que o endividamento segue como a principal preocupação (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2011 às 17h01.

São Paulo – Após perder metade do valor no ano, as ações do frigorífico Marfrig (MRFG3) podem ter finalmente atingido o fundo do poço, destaca a Raymond James em um relatório. A recomendação foi elevada de underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para market perform (performance em linha com a do mercado).

“As ações do Marfrig caíram 50% no ano e podem já ter atingido o fundo. Esperamos que elas se recuperem dos níveis atuais baseadas na melhora da perspectiva para as margens e no valuation atual”, ressaltam Daniela Bretthauer e Joseph Giordan, analistas que assinam o relatório.

Resultados

Segundo eles, a revisão está baseada na melhora operacional vista no terceiro trimestre de 2011. O frigorífico, apesar de ter registrado um prejuízo 687,2% maior na comparação com o ano anterior, apresentou um aumento de 169,3% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações), para 637 milhões de reais. A margem Ebitda consolidada foi de 11,5%, percentual 532 pontos-base superior ao mesmo período de 2010 e 632 pontos-base acima do trimestre anterior.

As ações tiveram a maior alta do Ibovespa na semana passada após a publicação dos resultados.


“Apesar do novo prejuízo líquido registrado no trimestre, decorrente principalmente do efeito não-caixa do câmbio sobre a dívida, o desempenho operacional da Marfrig surpreendeu positivamente. Os elevados custos de matérias-primas continuaram exercendo pressão, porém a forte evolução das vendas e a melhora na eficiência operacional contribuíram para o crescimento significativo das margens bruta e Ebitda”, destacou o analista Henrique Koch do BB Investimentos, em um relatório.

Endividamento

Além disso, Daniela e Giordan lembram a venda iminente dos ativos de distribuição da Keystone, que pode gerar aproximadamente 400 milhões de dólares em caixa até o final do ano. Os recursos podem levar a Marfrig a pagar parte da dívida cara e reduzir o endividamento de uma forma geral.

Mesmo assim, a Raymond James ressalta que o elevado endividamento segue como a principal preocupação. A dívida líquidaem relação ao Ebitda ajustado dos últimos doze meses chegou a 5 vezes no terceiro trimestre, lembram os analistas. “Esperamos que a geração de fluxo de caixa fique negativa nos próximos dois anos, a não ser que ocorra um corte no plano de investimentos”, destacam.

Os analistas avaliam que com base no modelo de fluxo de caixa descontado, cada ação da Marfrig deveria valer 9 reais, o que sugere um potencial de valorização de 17%. 

Acompanhe tudo sobre:Alimentos processadosAnálises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresCarnes e derivadosEmpresasEmpresas brasileirasMarfrigMercado financeiro

Mais de Mercados

Azul firma acordos de R$ 3 bi com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos

Petrobras bate recordes de produção em refinarias no terceiro trimestre de 2024

‘Woodstock da eletrificação’: Por que o Investor Day da WEG (WEGE3) animou os investidores

Gerdau avança no corte de custos e BTG afirma que ‘cada centavo conta’