Mercados

Ações da HRT fecham em mínima histórica

Papéis caíram após a petrolífera brasileira ter anunciado a descoberta de um poço sem volume comercial na Namíbia e um poço seco na bacia do Solimões, no Brasil

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2013 às 19h17.

São Paulo - As ações da HRT Participações em Petróleo caíram ao menor patamar de sua história nesta terça-feira, após a petrolífera brasileira ter anunciado a descoberta de um poço sem volume comercial na Namíbia e um poço seco na bacia do Solimões, no Brasil.

O papel terminou o dia em queda de 13,11 %, a 2,85 reais --menor cotação de fechamento desde a estreia da companhia na Bovespa, em 2010. Na mínima da sessão, a ação da HRT chegou a cair 23,17 %, a 2,52 reais.

Analistas destacaram que o fracasso da primeira rodada de perfurações de 2013 da HRT é negativo para as ações e apontaram preocupação com a disponibilidade de caixa para uma empresa que só recentemente passou a ter operação comercial, com a compra de fatia em um campo da BP, na bacia de Campos.

"O relógio corre contra a constante queima de caixa da companhia", avaliaram os analistas do Espírito Santo Investment Bank Oswaldo Telles e Frederico Lebre, citando que suas estimativas indicam que os recursos disponíveis devem durar apenas até o início de 2014.

A ocorrência de poços secos e subcomerciais, observou a corretora Planner em boletim, é normal no setor de petróleo, mas para uma empresa que está começando sua campanha exploratória, como a HRT, "a notícia fica dramática".

"A HRT ainda não tem venda de petróleo, assim o consumo de caixa é um fator de enorme preocupação", disse a Planner.

Ao final de 2011, a empresa tinha 1,5 bilhão de reais em caixa, que encolheu para 1,0 bilhão de reais em dezembro de 2012 e para 829 milhões de reais em março de 2013.

"Com este ritmo de 'queima de caixa', pode se estimar que ao final deste ano a HRT praticamente não terá mais recursos, a não ser que ocorram novas vendas de ativos como foi feito recentemente", acrescentou a corretora.

Para especialistas do Itaú BBA, os insucessos na exploração reportados na noite de segunda-feira afetam eventuais negociações de fatias nos blocos pela HRT.


"Falta de sucesso limita a probabilidade de outro farm-out (venda de fatia) tanto na Namíbia quanto no Solimões. Esperança agora seria sucesso da perfuração em Murombe (Namíbia) e resultados só devem ser conhecidos entre final de julho e início de agosto", afirmou o banco.

Perspectivas

Ainda assim, os analistas do BES afirmaram no relatório que a notícia "não muda as perspectivas ainda positivas" para as próximas rodadas de perfurações na Namíbia e os próximos passos na bacia do Solimões.

Já o Credit Suisse lembrou que o comunicado da HRT observou que, apesar do poço não comercial na Namíbia, foram encontradas "duas rochas geradoras bem desenvolvidas, ricas em carbono orgânico e ambas na janela geradora de óleo". Mas essa perspectiva não acalma o mercado, acrescentou.

"Namíbia é uma fronteira de exploração e requer paciência para ser aberta, uma qualidade que os mercados acionários não possuem", disse o banco.

O próximo poço na Namíbia vai começar a ser perfurado ao final de maio.

O J.P.Morgan também disse que, embora não comercial, a operação na Namíbia mostrou indicativos geológicos positivos em termos de geração de óleo, o que dá suporte para as próximas perfurações na área.

"Os resultados confirmaram as expectativas de que a recente saída do Márcio Mello seria um indicativo de potenciais resultados negativos na Namíbia", acrescentou a instituição, referindo-se ao saída do fundador da empresa da presidência-executiva recentemente.

A companhia detém 55 % de participação em 21 blocos exploratórios localizados na bacia do Solimões. A HRT também é operadora de dez blocos exploratórios na costa da Namíbia: oito blocos na Sub-Bacia de Orange e dois blocos na Sub-Bacia de Walvis.

A Galp Energia, com 14 % de participação, é a parceira da HRT na perfuração de três poços na atual campanha exploratória na Namíbia.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEnergiaGás e combustíveisHRTIndústria do petróleoPetróleo

Mais de Mercados

Dividendos: As empresas que mais pagaram proventos no ano e 3 recomendações para o restante de 2025

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, aconselha Trump: 'Pare de discutir com Powell sobre juros'

Banco do Brasil promove trocas nas lideranças de cinco empresas do conglomerado

Bolsas globais superam desempenho dos EUA nos primeiros seis meses do governo Trump